sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RÉQUIEM PARA A BALEIA

( sueli tereza mazzucco mazurana)
Baleia Franca
Branca e preta
Pede socorro
- Eu não morro!

Faltou água
Não flutua
- A culpa é tua!

O ventre se arrasta
Dolorido.
Pungente
O gemido
Fere o coração.
- Não te darei perdão!


Os olhos
Fitam o homem
E cobram
Atitude
Ur-gente
- Demente!

Eutanásia, não!
A baleia quer viver!
Olha o esguicho!
Ela está consciente
Sabe o que queremos ver
- Que espetáculo!

Mas o homem
Cruza os braços
E faz planos
Sobre o cadáver
Da baleia
- Eu não quero morrer!

Museu, exposição:
Fantástico!
Uma história,
Era uma vez
Uma baleia
Franca, branca e preta
Que morreu
Cansada
De pedir
Para viver...
- Venham ver!

Baleia branca
Franca
Requiescat in pace!

Orleans, 15/09/2010.

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