segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Confraria da Leitura-pn Edição 16






UM ESCRITOR: JOÃO CARLOS MOSIMANN
Engenheiro, professor e historiador - nascido em Brusque (SC), dedica seu tempo à pesquisa da História de Santa Catarina, sobre a qual publicou inúmeros trabalhos em jornais e revistas especializadas. Foi colaborador do antigo AN Capital e colabora desde 2003 no caderno de Cultura do Diário Catarinense. Autor do livro Tragédia e mistério na Villa Renaux, publicado em 2.000 pela Editora Insular, reeditado em 2.006 (Ed. Autor). Concentrou esforços na pesquisa das incursões de navegadores europeus à Ilha de Santa Catarina no século 16, compondo a obra intitulada Porto dos Patos – A fantástica e verdadeira história da Ilha de Santa Catarina na era dos descobrimentos, editada em 2.002, em co-edição com a Fundação Franklin Cascaes e reeditada em 2.004 (Ed. Autor), sob o patrocínio da Eletrosul. Em 2.003 editou o livro Ilha de Santa Catarina - 1777-1778 – A invasão espanhola, com o apoio cultural da Tractebel, garimpando pioneiramente toda a documentação espanhola e portuguesa sobre aquele importante evento. A mais recente obra, Catarinenses – Gênese e História, foi agraciada com o Prêmio do Edital Elisabete Anderle da Fundação Catarinense de Cultura, o que propiciou a edição independente da obra.



UM LIVRO: CATARINENSES – GÊNESE E HISTÓRIA
“A maioria dos historiadores procura na história político-administrativa, nos governantes e nas elites dominantes, a razão de ser da História. Antagonicamente, o homem comum revela-se ao pesquisador o fundamento e a gênese de um povo. Não perca tempo com Vice-Reis e capitães-generais, já aconselhava Capistrano de Abreu, enverede pelos inventários dos bandeirantes. O grande agente da História é o homem, organizado em sociedade, e a sociedade humana assume sempre esse caráter de agente e objeto da História. Sob esse aspecto, o catarinense constituiu-se no agente principal de seu desenvolvimento, ator e motor de sua própria história, vocacionado desde cedo, normalmente alheio ao poder público, decidindo a direção em sociedade.”
Catarinenses – Gênese e História é, em suma, a História dos catarinenses, entendidos como essa mescla de etnias e culturas forjadas pelo ambiente e integradas através de um processo gradual de conquista de espaço e de afirmação de sua gente: territorialidade e povo. A gama de manifestações, diferenciada pelo povoamento e pelo habitat, gerou, incontestavelmente, essa colcha de matizes étnicas e culturais, mas nela se teceu uma complexa identidade que encerra um conjunto de representações, hoje ligadas por um nexo comum, caracterizando pouco a pouco o povo catarinense.



DEPRIMENTE

O lançamento do livro Cruz e Sousa, o poeta alforriado de Godofredo de Oliveira Neto, organizado pela UFSC no dia 17 último foi um verdadeiro fracasso. Marcado para as 19 horas, iniciou após as 20. Os próprios responsáveis diretos pela organização que deveriam ser os primeiros a chegar para recepcionar os visitantes e o autor chegaram atrasados.
Realizado no auditório da Biblioteca daquela universidade, não havia nenhum indicativo – cartazes, no mínimo. Presenças, umas 15 pessoas, no máximo. Autoridades da UFSC, nenhuma além da responsável pelo lançamento. Membros da Academia Catarinense de Letras, Flávio José Cardozo, Jair Francisco Hamms, eu e Celestino Sachet – que naquele ato representava o presidente em exercício. Nem os acadêmicos que pretendem disputar a presidência daquele sodalício compareceram. Nem o livro para ser autografado chegou. O que valeu foram as falas do autor e do representante da ACL. E olha que o lançamento era em homenagem aos 90 anos da ACL, aos 50 da UFSC e em memória de Lauro Junkes.




OLSEN JR.

No dia 30 deste mês, no Restaurante Lindacap, a partir das 19 horas será lançado o livro Memórias de um fingidor, do meu querido amigo Oldemar Olsen Jr. O novo romance de Olsen Jr. é editado pela Insular.
Aproveito a oportunidade para registrar com imensa alegria que Olsen voltou a publicar suas crônicas em jornal, desta feita no Notícias do Dia, da Rede Record. A crônica nacional, hoje tão insossa, ganha um novo e significativo alento com a volta de Olsen e suas polêmicas todas às segundas feiras. Uma de suas frases: “Só não polemiza quem concorda com tudo. Em jornalismo, não polemizar é estar morto sem o atestado de óbito.”


PONTO DO POETA

NATAL 2010

Bate à nossa porta
mais uma vez o Natal:
barbas brancas,
passos lentos,
sorriso tímido
voz matinal.

Mais uma vez bate
à nossa porta o Natal:
uma pobre manjedoura,
ecológicos animais,
escatológicos humanos,
estrela triunfal.

O Natal mais uma vez
bate à nossa porta:
famílias reunidas,
anjos distorcidos
esperanças corroídas,
corte sazonal.