segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

CONFRARIA DA LEITURA-pn
Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)

NATAL 2009-pn

Natal é tempo de festa
De amor e confraternização
Tempo de demonstrar ternura
De viver em completa união.

Natal é tempo de doces
De presentes e lembranças
É tempo dar brinquedos
Mas de augurar esperanças.

Natal é tempo de compras
De gastos e endividamento
Época de severo egoísmo
Esquecer alheio sofrimento.

Natal tempo de montar presépios
Erguer árvores de luzes coloridas
Esquecendo que na manjedoura
Alguém zelará por nossas vidas.

Mas para que serve o Natal?
Que respostas podemos dar?
Qual o sentido para os humanos?
Que reflexões pode ainda suscitar?

Natal tem que servir para lembrar
Que muitos não tem o que comer
Que muitos não tem onde morar
Que muitos não param de sofrer.


JOEL PACHECO – No último dia 15, na Livraria Catarinense do Beiramar Shopping, foi lançado o livro “A canoa baleeira dos Açores e da Ilha de Santa Catarina”, onde Joel mais uma vez nos brinda com sua perspicácia de observador do cotidiano. Mestre na ciência da fotografia, artista sensível (além de centro avante goleador do Pesadema) Joel Pacheco aprofunda sua pesquisa sobre as semelhanças entre as coisas e as pessoas dos Açores e da nossa Ilha da Magia, desta feita explorando a questão da “canoa baleeira”. Parabéns, amigo.


SOPA DE SIRI – Quem não experimentou ainda uma boa sopa de siri? É um prato delicioso quando bem preparado. Exige cuidado, esmero, tempero suave e, de preferência sirias ovadas. Eu mesmo preparo muito bem essa iguaria. Mas não é sobre essa sopa que quero falar hoje, mesmo porque esta coluna não é de culinária. Quero falar sobre a revista editada pelo meu amigo Álvaro Castro, que também é presidente da Academia de Letras de Itajaí. Leve, dinâmica, colorida e com edição mensal, a revista apresenta assuntos variados ligados às áreas da cultura, do turismo e do humor. E pasmem, sempre com informações atualizadas a revista dedica páginas à poesia e à literatura. Parabéns ao Álvaro e a sua equipe pelo trabalho que vem desenvolvendo. Contatos com sopadesiri@uol.com.br ou site www.sopadesiri.com.br

BARCA DOS LIVROS – Um lembrete a todos os escritores, leitores, empresários, governantes, simpatizantes, amantes da literatura: “NÃO ESQUEÇAM DA BARCA”; ela não pode continuar à deriva. Trata-se de um projeto magnífico que não pode ir à pique. É NATAL! DÊ UM PRESENTE À BARCA DOS LIVROS (FAÇA UMA DOAÇÃO EM DINHEIRO, POR MENOR QUE SEJA. A BARCA ESTÁ PRECISANDO DE TODOS)!!! Para contato: www.amantesdaleitura.org ou e-mail biblioteca@amantesdaleitura.org

BALNEÁRIO CAMBORIÚ – Numa promoção da Fundação Cultural de Balneário Camboriú e da Academia de Letras daquele município, estive no dia 4 último participando de uma noite de autógrafos de meu livro de contos “Histórias de (a)mar e outras”. Na mesma noite foi aberta a exposição “Fragmentos”, do artista plástico Walmir Binhotti. Dentre as várias presenças destaque-se a Presidente da Academia de Letras de Balneário Camboriú, Marah Guedes, do Presidente da Academia de Letras de Itajaí, Álvaro Castro.

BULHA D’ARROIO – A Academia Catarinense de Letras e a Editora Movimento acabam de lançar a edição comemorativa dos 70 anos do livro de contos do escritor catarinense Tito Carvalho intitulado “Bulha d’arroio (paginas serrano-catarinenses”. Nesse livro o autor “realizou a sua primeira tentativa de trabalhar literariamente o material linguístico da região serrana. Naquelas páginas, de um realismo às vezes chocante, mostrou os seus dons de artista e um talento singularmente dotado para um gênero que, infelizmente, tem atraído poucos cultores, aqui como em outros estados, pela dificuldade que oferece.” (Nereu Correa, 1979)

PRÊMIOS DA ACADEMIA – A Academia Catarinense de Letras entregou no último dia 3 os prêmios e diplomas às personalidades que se destacaram nas diversas áreas culturais durante o período agosto/2008 a julho/2009. Foram homenageados: na categoria CONTO, este colunista com o livro “Histórias de (a)mar e outras”; em POESIA, Semy Braga, com o livro “Mandrágora”; em ROMANCE, Harry Wiese, com “A sétima caverna”; em CRÔNICA, Mauro Júlio Amorim, com “Tanto de memória, tanto de história”; em ENSAIO, Valter Manoel Gomes, com “Pesquisa de historiador”; em HISTÓRIA, Saulo Adami e Tina Rosa, com “Histórias e lendas da cidade de Schneeburg”. Foram entregues na ocasião o diploma de DESTAQUE CULTURAL para o Caderno do Programa NA Escola, rede municipal, do jornal A Notícia de Joinville e o PRÊMIO OTHON GAMA D’EÇA ao escritor Hoyêdo de Gouvêa Lins, pelo conjunto de sua obra literária.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SOBRE POEMAS E LEMBRANÇAS(pinheiro neto/nov/09)



doEU demais deixar Porto Alegre no dia 06 de novembro passado. Embora trouxesse comigo os rostos, as lembranças, as conversas, os planos, as risadas e os muitos chopes, além das duas caixas da coletânea “Poemas à Flor da Pele”, a sensação de “quero mais” permanecia.

Foram dois dias intensos de convívio literário e artístico. Novos amigos, novos projetos, novas promessas. Amigos de outras Feiras e de outras épocas e o revisitar de novas perspectivas e parcerias.

Rever, conversar e novamente fazer planos com o meu amigo e emérito professor Francisco Camargo Neto. Conhecer pessoalmente Soninha Porto, coordenadora do movimento da “Poemas”, batalhadora cultural e autora do livro de poemas doEU; Raphael Pacheco, promessa de boa poesia; Claudete Silveira, com toda sua sensualidade poética, dentre outros e outras, além da performance maravilhosa de Maria Flor da Pele, personagem criada pelo ator Marcos Bahrone, com declamações de textos de vários poetas brasileiros.

Já havia participado da Feira do Livro de Porto Alegre em várias edições anteriores. Três dos meus sete livros, além de algumas coletâneas, tive o prazer de lançá-los através dela. Escritores gaúchos de renome tive o prazer de conhecer através dela: Moacir Scliar, Lia Luft, Antonio Hohlfeldt. O grande poeta gaúcho Mário Quintana tive o prazer conhecê-lo após passar boa parte de uma tarde conversando com ele num banco da praça da Alfândega na Feira do livro de 1988 ou 89, não lembro bem.

Esta 55ª edição da Feira, entretanto, teve outro sabor: um sabor anunciado pelo perfume que misturou poemas, flor, pele, amizade, confraternização, identificação e chope: o sabor de Poemas à Flor da Pele.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


PINHEIRO NETO
poetapinheironeto@gmail.com


POEMAS À FLOR DA PELE

A Antologia “Poemas à Flor da Pele”, que teve seu pré-lançamento em Bento Gonçalves, em 8 de outubro, com a presença de diversos Poetas do Rio Grande do Sul e outros estados brasileiros, foi lançada em Porto Alegre, no dia 5 de novembro, no Memorial do Rio Grande do Sul, na 55ª Feira do Livro, prestigiados por familiares, amigos e fãs dos escritores que fazem já fazem parte da Associação Cultural da “Poemas”, que emerge no mundo da arte e da poesia.
Dia 19 de novembro, mais um lançamento foi realizado para divulgar a belissima obra, dessa vez pelos poetas do Rio de Janeiro, no Bar e Restaurante Severina da Glória, num evento que agitou a cidade carioca.
No dia 21, a Associação Cultural foi convidada a reunir-se no Encontro Anual dos Poetas del Mundo, organizado pelo Movimento de São Paulo, na Casa das Rosas, às 18h30min, na Avenida Paulista, 37, Bairro Boa Vista, onde esse ícone da cultura brasileira, que é a Casa das Rosas, abriu-se para os escritores da Poemas que apresentaram sua obra ao público.
Em formato pocket (10,7 cm por 15,2 cm), que é mais fácil de manusear e foi um sucesso na edição de 2008, o livro compila poemas dos integrantes da Associação Cultural Poemas à Flor da Pele, originada no Orkut, em 2006, hoje com mais de dois mil membros.
Para Soninha Porto, editora da coletânea e responsável pela Associação Cultural, os poetas de todos os cantos do País, nas páginas da antologia, “compartilham generosos suas criações, onde se vê a paixão à flor da pele dos laboriosos”.
Nas 387 folhas do livro de capa colorida, o leitor encontrará poemas para crianças, adultos e adolescentes. O grande poeta contemporâneo, Afonso Estebanez Stael, membro da Academia Brasileira de Poesias e incentivador dessa Associação, fez o prefácio da obra, disse que “Poemas à Flor da Pele constitui registro literário de inestimável valor cultural no âmbito da poesia atual. “A poesia de ‘Poemas à Flor da Pele’ é uma forma universal de reinvenção da vida”, escreveu.



TEMPOS PASSADOS (Mickin)

Em tempos passados, acelerava os passos, gastava quase o dobro do tempo acreditando numa saborosa ingenuidade.
Mas nada era verdade!
O tempo foi passando e meus dias foram se arrastando, mas ainda podia sentir que algo no âmago ia se transmutando.
Ainda podia querer!
Sentia que a vida dilacerava minhas visões, não conseguia encontrar vias na dita dilaceração.
Em tempos passados, acreditava ter encontrado a base de tudo que se me fazia amargo.
Acordava em desespero danado!
Buscava conforto na crença de algo intocável, algum sentido favorável, mas era em tempos já passados.
Já não podia mais saber!
Não sabia do que precisava, não sabia dizer, gritar, pedir, objetivar nem ao menos queria crer.
Mirava a foto de alguém que podia me entender, mas isso também não era verdade. Não queria mais crer.
Agora, passo pelo tempo com o mesmo prazer de outrora, já não corro nem grito, agora sei o que fazer:
Esquecer!


DEGUSTAÇÃO DE POEMAS – Sem dúvida alguma: a Feira do Livro de Porto Alegre, mais uma vez “deu um banho”. Organização, segurança, criatividade, rigor, pontualidade, etc. É sempre gratificante participar daquele evento. São 55 anos perseguindo esses e inúmeros outros objetivos.
Ressalto, entretanto, uma novidade além de criativa, muito saborosa: em frente a uma das barracas da feira, moças com luvas e avental serviam, em saladeiras, poemas impressos em papel arroz comestível. O visitante era convidado a ler o poema e depois degustá-lo.




PONTO DO POETA

Quero nunca
Perder de vista
Teus olhos verde-jade,
Tua alma, teu corpo
Tua verdade.

Quero não ser peso
Para o teu coração
Para tuas vontades
Para tua canção

Ofereço em troca:
Meus espectros
Minha demência
Meus monstros
Minha impotência. (Poema Ro I, Pinheiro Neto, pg.276-Poemas à flor da pele)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

POEMA DE SONINHA PORTO

SEM OBRIGAÇÃO

rabiscos desobrigados
ágeis e soltos
sem pressa
maturam-se às verdades
da alma paciente

no frescor das verdes
impossibilidades
esbarram-se
aos ímpetos
nas rimas preguiçosas

SONINHA PORTO: EMOÇÕES EM
PRODUÇÃO INDIVIDUAL



Depois de participar de várias coletâneas de poesias, Soninha Porto entendeu que era o momento de lançar um livro solo. Na 55ª Feira do Livro, que ocorreu em Porto Alegre, neste mês de novembro , a ativista cultural apresenta sua primeira obra individual, formada por poemas que falam das emoções de forma humana, atrevida, instigante.
Ao descobrir-se poeta, há quatro anos, Sonia Maria Ferraresi, nascida em Cruz Alta (RS), escolheu o pseudônimo literário de Soninha Porto, numa homenagem à cidade de Porto Alegre, que adotou como morada. No meio cultural virtual, onde atua em blogs, sites e movimentos de poetas, o nome de Soninha Porto é associado a projetos de qualidade e seriedade. Neste livro Soninha, mais uma vez mostra como aprendeu a brincar com as palavras, a ordená-las de modo a expor seus sentimentos.
Para Soninha, o livro é mais um sonho realizado em sua vida, que ela divide com tantos amigos conquistados em sua trajetória de ativista cultural. O nome “doEU” tem sentido duplo e infinito. Pode significar uma pequena amostra dos sentimentos vividos pela mulher, mãe, trabalhadora, poeta, dona de casa, Relações Públicas. E, agora, expulsos em poesias. E também, o sentimento vivido ao permitir expor-se e enfrentar o mundo, com um livro individual.
Para conhecer o trabalho que Soninha desenvolve acesse: www.soninhaporto.com ou http://poemasaflordapele.ning.com

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CONFRARIA DA LEITURA-pn
Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)



A PALAVRA MÍNIMA – Este é o novo livro de Raul Caldas Filho, editado pela Insular, onde o autor apresenta “toda a sua arte de escrever num formato capaz de aliciar, mas abrindo ao leitor saídas em todas as páginas”.
Lançado no dia 17 de setembro passado, é um livro que o leitor escolhe por onde começar. Não há necessidade de seguir uma ordem, embora os textos, em sua maioria curtíssimos, estejam numerados de 1 a 300, com algumas subdivisões.
Perfeito para quem não tem muito tempo mas quer manter a mente ligada em algo proveitoso como, neste caso, a produção literária de Raul Caldas Filho, um dos nossos melhores escritores. Transcrevo da página 103:
“279. Conselhos (in)úteis
Nunca crie expectativas para uma segunda-feira.
Nunca troque um bom momento no dia de hoje por uma incerta possibilidade amanhã.”

MIGUEL RUSSOWSKY – O mundo literário perdeu no último dia 4, aos 86 anos, um dos grandes escritores de nosso estado. Nascido em Santa Maria, no Rio Grande do sul , mas residindo, praticando medicina e escrevendo poemas há mais de 50 anos em Joaçaba, Russowsky, deixa saudades.
O que fazer? Olhar para o céu. Quando morre um poeta, com certeza nasce uma estrela. O céu está mais bonito porque o poeta Miguel Russowsky agora o enfeita.

GUATÁ –Foi no dia 15 último, lá na Livros & Livros da Jerônimo Coelho, a partir das 19 horas o lançamento de mais um livro do meu confrade Flávio José Cardozo. Uma festa bonita de dar inveja à Zélica, aos outros e até ao Frei Cajado.
Trata-se de um livro belíssimo (em formato de álbum) que reúne vinte crônicas e dois contos ambientados no pé da Serra do Rio do Rastro, onde ele nasceu e passou a infância - Guatá, Lauro Müller, Orleans, o vale do rio Tubarão... Cada texto traz um desenho do nosso conhecido artista plástico Tércio da Gama.
A edição é da Editora Unisul.

TÉDIO – A seguir, um mini texto de Mickin. Quem é ele? Um amigo que trabalha em Floripa, ultimamente no Empório Mineiro, na Lagoa da Conceição. Um garçom poeta ou um poeta garçom?:

“E as horas arrastam-se lentamente diante de meus olhos. Já não me é mais possível esperar, meu corpo suplica-me uma dose de qualquer entorpecente. Tento manter-me, mas a insuportável carência do corpo guia-me para o habitual cotidiano.
Desejo, ironicamente, que este dia termine, para que eu possa acordar noutro lugar, com essa sensação já familiar de deslocamento. Porém tão fascinante!
Mas, passado todo esse alvoroço, o resultado é sempre o mesmo: latente necessidade de exibição!
É divertido!
Já não lamento mais minha condição “humana”… agora o tempo parece mover-se mais rápido.
De onde exatamente vem toda necessidade?” (29/09/2009)

CONVERSANDO COM HOYEDO – No dia 07 passado, na sede da Academia Catarinense de Letras, o escritor catarinense Hoyedo de Gouvêa Lins comemorou seus 80 anos de idade com um belíssimo sarau que culminou com o coquetel de lançamento de seu livro de memórias Conversando comigo.
Ao piano, duas netas de Hoyedo e Vadeco, amigo da família Lins, prestaram homenagem ao aniversariante com canções que emocianaram os presentes. O confrade José Curi por sua vez mostrou toda a sua versatilidade enquanto amante da música clássica e enquanto um virtuose do piano. Leitura de um poema efetuada pelo acadêmico Celestino Sachet e uma apresentação musical também abrilhantaram a noite.
Destaque para a esposa do Hoyedo, professora Zenilda Nunes Lins, da Academia de Letras de Biguaçu que prefacia a obra lançada e que foi a responsável, juntamente com filhos e netos do casal, pela organização e coordenação do sarau.
Do preâmbulo, reproduzo o fragmento da contracapa: “Lidar com a memória significa recolher lembranças. Como quer que se apresentem, elas costumam surgir em razão do calendário de vida de quem detém o acervo de recordações. Quanto mais velho em idade, a partir de quando o silêncio das horas da velhice inicia sua aproximação, mais a pessoa se apega às próprias recordações.”

PONTO DO POETA

Nasceste de uma roseira,
Oh linda rosa que vens de um botão!
Floriste em pétalas cheirosas,
Morreste em pleno verão.

Quem pela vida passa
Sem aproveitar o tempo
Fica levitando no ar
Ao sussurrar do vento.

(Poemas de Francisco Pinheiro, meu pai, que dia 18 deste mês completou 90 anos. Seu Chico é um poeta, um músico, um boêmio, um homem da noite e, sobretudo, um artista, de quem, certamente, herdei o amor pela Ilha, pela boêmia, pela noite e, sobretudo, pela arte. Escreveu inúmeras quadrinhas e poemas.)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SOS BARCA DOS LIVROS!
Tânia Piacentini
“Um país se constrói com homens e livros”. Lobato, em tempos politicamente corretos, acrescentaria, talvez, “mulheres” – homens, mulheres e livros. Mas certamente manteria o cerne de sua afirmação e crença: livros são essenciais para a formação e desenvolvimento das pessoas. Nisso também acreditamos, nós, os membros da Sociedade Amantes da Leitura, a organização não governamental, sem fins econômicos e de utilidade pública municipal e estadual, responsável pela criação e funcionamento da biblioteca comunitária Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis.
Inaugurada em 02 de fevereiro de 2007, a Biblioteca possui hoje um acervo de mais de 8.000 livros já catalogados e 3.000 em fase de catalogação, e desenvolve um programa mensal de incentivo à leitura, recebendo escolares e comunidade em geral, diária e gratuitamente. Desde a abertura temos mantido uma média de 1.800 visitantes/mês, provenientes não só da Lagoa da Conceição e região leste, mas de todo o município, da Grande Florianópolis e também do interior do Estado. Temos 2.300 leitores cadastrados a partir de outubro de 2007, 18.261 livros foram emprestados desde então, e 21.805 pessoas estiveram na biblioteca em 2008, participando de pelo menos uma das muitas atividades que oferecemos de terça-feira a domingo. Agora em 2009, já registramos a presença de 13.605 pessoas, até agosto.
Nesses dois anos e meio de atividade, nossa biblioteca é referência na área do livro e da leitura, e presença constante na mídia local e nacional, por ser um projeto que já nasceu com a qualidade, o trabalho e o reconhecimento de especialistas. A Barca dos Livros recebeu em 2006 o 2° lugar no 11° Concurso FNLIJ/Petrobrás – Melhores Programas de Incentivo à Leitura junto a Crianças e Jovens de todo o Brasil e em 2007 foi finalista do Prêmio Viva Leitura (MinC/MEC e OEIAE e Grupo Santillana). Em 2008 foi reconhecida como “ação destaque” no II Fórum do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL/MinC) e I Encontro Internacional de Bibliotecas Comunitárias em São Paulo. Em 2009, recebeu o Prêmio Franklin Cascaes de Cultura, na área de Literatura, outorgado pela Fundação Municipal de Cultura Franklin Cascaes, de Florianópolis e já fomos oficialmente informados pelo Conselho Estadual de Cultura que receberemos a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Souza, em solenidade que ocorrerá em novembro. Com exceção do primeiro, com o qual recebemos a quantia de R$ 7.000,00, os demais foram e são prêmios de estima, simbolicamente importantes pelo incentivo e destaque que concedem.
Diante desses números e desses prêmios, da estrutura física do espaço com ambientes confortáveis e belos, diante da qualidade do acervo e das atividades de incentivo à leitura, e da inusitada proposta de uma biblioteca comunitária aberta a todos, é necessário explicar às pessoas as condições financeiras da Barca dos Livros: é grande a surpresa e o espanto quando tomam conhecimento de que não somos uma entidade governamental e que batalhamos mês a mês para mantermos a pequena equipe trabalhando, o aluguel do espaço e as demais contas pagas. A realidade de um projeto cultural permanente e contínuo como o nosso é difícil, porque as leis de incentivo à cultura, vigentes em nível federal, estadual e municipal, são voltadas para a realização de eventos e atividades com prazos e períodos delimitados, com começo, meio e fim pré-determinados. A adequação aos editais e programas culturais de empresas privadas ou de economias mistas também não é fácil, porque a maioria segue os modelos estatais ou privilegia programas de assistência em áreas de risco social.
Os recursos que recebemos de maio de 2007 a dezembro de 2008 foram provenientes da renúncia fiscal do governo federal através da Lei Federal de Incentivo à Cultura/Minc (Lei Rouanet – Artigo 18): os incentivos que o Projeto Barca dos Livros recebeu da Eletrobrás, Eletrosul, BADESC, BRDE e Tractebel totalizaram 70% da captação autorizada, e as empresas tiveram desconto integral dos valores em seus impostos de renda. Somos muito gratos a elas, o Projeto continuou graças a esses parceiros, a quem continuamos solicitando apoio para a última etapa prevista: a compra e adequação de um barco, o eixo itinerante da nossa biblioteca.
Em 2009, parecia-nos que, finalmente, o poder público estadual e o municipal começavam a reconhecer a importância da Barca dos Livros: o projeto apresentado em 2008 ao FUNCULTURAL foi aprovado com corte de verba, e os R$ 100.000,00 recebidos em março deste ano foram suficientes para a manutenção do projeto por 6 meses. Novos projetos, audiência pública na Câmara dos Vereadores, promessas, explicações, pedidos parcialmente atendidos através de subvenções temporárias: em março, R$ 10.000,00 do Gabinete do Deputado Edison Andrino; no mês de agosto, da Fundação Municipal de Cultura Franklin Cascaes, R$ 20.000,00, suficientes para um mês e meio de manutenção. Fomos contemplados com a subvenção de dois vereadores no orçamento municipal de 2009, nos valores de R$ 30.000,00 (João Batista Nunes) e R$ 10.000,00 (Juarez Silveira), e soubemos disso graças ao empenho da equipe do gabinete do Vereador Renato Geske. O Plano de Aplicação para essas subvenções foi encaminhado à Prefeitura Municipal e aguarda a liberação da verba pelo Prefeito Dario Berger. Aguardamos também a aprovação de um convênio com a Secretaria Municipal de Educação para o pagamento da locação do espaço onde está instalada a biblioteca. Também estamos esperando a resposta ao Projeto do FUNCULTURAL 2009, já aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura, e que se encontra no Comitê Gestor da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte. (Mas as contas não aguardam, têm que ser pagas todos os meses...)
Nesse meio tempo, participamos de 8 editais, enviamos 12 correspondências para empresas públicas e privadas, fomos contemplados no Edital do Ponto de Cultura em contrato a ser ainda assinado, mas, como manda o regulamento, o financiamento é para novas atividades, e a verba, claro, não pode ser investida nas atividades permanentes e manutenção da biblioteca. Nossa campanha de novos sócios e apoiadores, os proeiros, é contínua, assim como o trabalho de alguns voluntários, sem os quais seria impossível a realização de tantas atividades de incentivo à leitura. Mas um espaço com a qualidade da Barca dos Livros, referência nacional como biblioteca comunitária, não se mantém com trabalho voluntário, não se mantém sem um suporte financeiro estável e permanente.
Temos um trabalho contínuo, com profissionais qualificados, com planejamento e planos de trabalho e é por isso que chegamos até aqui. Porque acreditamos ser a leitura um dos mais importantes fatores para o desenvolvimento comunitário e individual, porque a formação e a experiência pessoal e profissional de muitos de nós já nos afiançou que os livros em geral, e a literatura em particular, são decisivos na construção da subjetividade, no desenvolvimento de uma identidade coletiva, no acesso ao conhecimento, no enriquecimento do imaginário e na percepção da alteridade. Por isso continuamos a batalhar pela manutenção do projeto Barca dos Livros.
Ao facilitar o acesso de crianças, jovens e adultos ao livro e à leitura, nosso Projeto atende às dimensões educativa, interativa e cidadã, na medida em que contribui para ampliar o conhecimento e a visão de mundo, possibilitando a formação de pessoas mais criativas e críticas, bem informadas cultural e politicamente, com pensamento autônomo, capazes de se comunicar e de interagir inclusivamente na sociedade. Não inventamos a roda, temos muitos exemplos, como o da experiência de Bogotá, a BIBLIO-RED, uma rede de bibliotecas - equipamentos culturais adotados pelo Estado com a participação da iniciativa privada e sociedade civil. Cada bairro com sua biblioteca comunitária.
Estamos plantando essa semente aqui em Florianópolis e o que esperamos é ajuda para continuar trabalhando. Com parcerias reais, que se efetivem rapidamente, para não termos que fechar as portas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009


PINHEIRO NETO MANTÉM AS HONRAS DA CASA

Santa Catarina é estado que detém ampla faixa litorânea, ostentando múltiplas e belas praias. Santa Catarina teve seu primeiro grande povoamento realizado por açorianos, provindos de ilhas vulcânicas, irrompidas em pleno Oceano Atlântico, distanciadas do continente europeu, em inevitável contato permanente com o mar. Dos Açores provieram esse contato e essa quase dependência do mar. Não admira, pois, que a Ilha de Santa Catarina, por vezes denominada a Décima Ilha (em relação ao Arquipélago dos Açores, formado por nove ilhas), tenha produzido o primeiro escritor marinhista da América Latina – Virgílio Várzea –, mantenha profícua tradição marinhista em sua literatura, e tenha editado, entre outros escritos marinhistas, uma coletânea de contos Este Mar Catarina. Torna-se praticamente inviável que um habitante desta Ilha da Magia mantenha seu olhar e seu sentimento alheios a essa maravilha incomparável que é o nosso mar.
Entretanto, se a visualidade aprazível do mar e suas arrebatadoras praias constituem riqueza inestimável para todos nós, apreciável parcela dos ilhéus teve, há séculos, sua vida, suas economias, seus sonhos condicionados pelo mar, praticamente sempre a duras penas e em meio a incontornáveis perigos – os nossos pescadores, marcantes igualmente em nossa literatura, desde Mares e Campos, de Virgílio Várzea, Praias da Minha Terra, de Araújo Figueredo, Homens e Algas, de Othon d’Eça, Maré Alta, de Almiro Caldeira, Singradura, de Flávio Cardozo, Mare Nostrum, de Salim Miguel, entre outros. Na mesma tradição estético-humanística vem inscrever-se agora o Poeta e Acadêmico Pinheiro Neto com seu primeiro livro de contos Histórias de (A)Mar e Outras – nesses novos rumos que ensaia sua criação literária, após quase três décadas dedicadas à poesia, com a publicação de cinco volumes de poemas.

Dois caracteres especificadores, no meu entendimento, marcam essas doze narrativas: tematicamente, o enfoque quase permanente das agruras do pescador, mantendo sua atividade pesqueira, quando os avanços da tecnologia da pesca tornam quase inócua essa rude forma artesanal; formalmente, trata-se, invariavelmente, de relatos centrados em personagens, reduzidas ao seu confinamento solitário, pelo que a técnica apropriada à sua expressão explora sobretudo o fluxo do pensamento e das sensações, o monólogo interior. Essa última é a nota mais diferenciadora em relação aos nossos ficcionistas do passado.
Dividido em dois Atos – “Histórias de (A)mar” e “Outras”, o livro inicia com “Limites”, um título esclarecedor para as limitações das personagens, de nível popular simples, nessa comunidade pesqueira, captando muito bem o fluxo da consciência de Lina, perplexa ante Vino, quando a ingenuidade está posta à prova. Na narrativa subseqüente – “Ana do Mar – homóloga em ambiência e técnica de registro, insinua-se bem o universo de crendices populares, de acanhadíssima cientificidade: as mulheres não admitiam participação de Ana nas saídas de barcos de pesca e mantinham viva a lenda de que, como na primeira participação matara um golfinho, um pecado mortal, receberia seu castigo. Ana torna-se verdadeiro mito entre os pescadores. O final trágico traz-nos, de imediato, à mente o conto de Othon d’Eça “Os Gêmeos do Egídio Calheta” (de Homens e Algas). Contudo, se no clímax há sobreposição, os antecedentes e os conseqüentes apresentam outra ordem de procedimentos.
Sempre no delineamento do universo do pescador, “Milagre de Onório” faz desdobrar-se, entre pesadelo e sonho, entre angústia e miragem, o universo tacanho, carente, sofrido daqueles que buscam a subsistência da família através da pesca.


Enquanto a função biológica povoa a casa de filho, causas diversas reduzem os meios de subsistência, impondo-se, invariável, o fantasma da fome. À semelhança do universo delineado por Salim Miguel no romance A Rede, e do conto “A Vela dos Náufragos”, de Virgílio Várzea, “Palavra Pesada” nos restitui o pescador defraudado – “barcos estranhos a levar o peixe do pai...”. O leitor é invadido pela opressão diante da narrativa sincopada, de palavras-frases, com predomínio de verbos, na tentativa de captar a agitação da mente, a angustiante frustração participativa, no contraste entre a ação e a represália.
“Tridente de Netuno” retoma o veio fundamental do livro, trazendo o fluxo mental de Naldo, em forte presentificação, para retratar sua mente conturbada, na incorrespondência da amada ao seu amor à primeira vista: seu coração, palpitante de amor e carência, contrasta com o coração da mulher, frio e distante. Lembrando entrechos de Virgílio Várzea, em “O Peão da Lagoa” o fluxo inicial de Joselino delineia o pescador desiludido, aliciado pelo salário fixo, mesmo que mínimo, em emprego estável. Convencendo-se que “Rio Grande era o destino”, não o do mar, mas o dos “verdes campos”, mesmo que o sonho permaneça ambíguo, entre a tarrafa e o laço, deixa sua terra e o narrador rapidamente sintetiza seu empreendimento, para concluir com uma carta explicitando todo o acontecido posteriormente. Criativamente, o relato incorpora diversas técnicas: o fluxo mental da personagem, o registro mais objetivo do narrador e a interferência epistolar. ¨Jurual” intensifica o fluxo amargo da mente da personagem, frustrada pelas limitações da sua deficiência, sentindo-se reduzido a um traste que não suporta mais a vida dos pescadores aptos para atividades normais. Embora atendido por sua irmã Rufina, sonhos e miragens se desfazem em crescentes dores e ódios, com interferências do tema de Fausto. Tonalidades kafkeanas, nos relacionamentos com os pais, configuram essas duas criaturas malditas.

O segundo Ato inicia com “Meleta”, alterando temática e técnica registradora, único caso narrado em primeira pessoa, conto que se assemelha, num primeiro olhar, a crônica ecológico-saudosista, no regresso aos tempos de infância. Porém, melhor examinado, não seria o “campo” o grande protagonista dessa ação, na matéria de memória resgatada? E não seria a “evolução” o grande antagonista que já tantas vezes desfigurou nossas paisagens? Igualmente “Torpor” substitui a ambiência do mar e da pesca por cena que acontece na redação de jornal, onde o redator experimenta tão forte “torpor,” que a corrente de consciência o arrasta repetidamente para vivências distanciadas que se presentificam. “Reflexões” constitui um corte transversal na vida da personagem, autêntica “fatia de vida”: intimista, confusa, indefinida, contraditória, sem entender-se nem entender o companheiro, a personagem, numa noite de insônia, se questiona sobre o que suas máscaras ocultaram até hoje e o que poderia ser diferente, num fluxo de consciência de cruciante perplexidade. “Tetonas Pretas”, a mais longa das narrativas, enfoca o ambiente do carnaval, com as extravagâncias de Mano, que extrapola todas as conveniências. Muito positivo é o aproveitamento da linguagem oral e os profusos diálogos que dinamizam a fluência. Por fim, a criação contística de Pinheiro Neto inclui neste segundo ato a adaptação, por roteiro cinematográfico, de um conto de Flávio José Cardozo, intitulado “Lourenço Rouxadel Salva a Honra da Casa”, ora denominado “A Honra da Casa”, filmado para a RBS TV em 1980. Registre-se, aqui, o trabalho literário para ser transformado em imagens, buscando a dinâmica visual possível, nos limites que a cena muito concentrada em espaço restrito permite. Diálogos e imagens mantém comunicativo entrosamento.



Pinheiro Neto sempre foi escritor identificado com a condição ilhoa, manezinho a prezar sua gente e seu chão, cantado com especial carinho nos poemas de Minha Senhora do Desterro. Entretanto, agora, a tonalidade lírico-amorosa dos poemas cede vez a um enfoque bem mais realista, trágico, amargo, desiludido, cruel até, por não fugir à realidade desse segmento social – os pescadores artesanais, na sua tradição inculta, acanhada, mas que não deixam de cultivar seus sonhos e seus anseios de vida. De modo geral, as narrativas se apresentam breves, enxutas, com predomínio da técnica do fluxo interior das personagens, deixando transparecer suas sensações aflitivas e mantendo final aberto, fazendo predominar o insinuado sobre o explicitado. Ao enveredar por esse novo gênero expressivo, Pinheiro Neto confirma sua segurança de escritor.

Lauro Junkes
Presidente da Academia Catarinense de Letras

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Confraria da Leitura-pn 2

CONFRARIA DA LEITURA-pn
Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)



Papo Inicial – Por um lapso editorial a estréia desta coluna não teve devidamente divulgada sua autoria. Na qualidade de colaborador, em conversa com o proprietário deste jornal, senhor Sérgio Olivares, prontifiquei-me a voltar a fazer o que já fiz em muitos jornais de nosso Estado: uma coluna para divulgar a produção literária, artística e cultural daqueles que aqui nasceram ou aqui residem.
São poucos os espaços para divulgação literária e cultural, principalmente dos mais jovens. As que existem são em sua maioria de iniciativa abnegada e não comercial. Os grandes jornais cada vez mais reduzem os espaços destinados à área. E quando divulgam são “notinhas de rodapé. Só promovem o que lhes interessa comercialmente. Os governos... ah, os governos... Esses praticamente esquecem os produtores culturais.
Hector Bohamia, coreógrafo argentino que apresentou seu espetáculo Estado de Liberdade em Florianópolis no último dia 15 disse em entrevista que “os teatros na América Latina estão maltratados, a cultura está deixada de lado, não é necessária para políticos.” Quanta verdade!

VENTOS DO SUL – Em minhas mãos o número 32 da Revista do Grupo de Poetas Livres, referente ao período de janeiro a junho deste ano. São vários eventos realizados, dentre eles: comemoração do décimo primeiro aniversário do Grupo, Viajando com poesia – cartazes-adesivos com poemas afixados em ônibus da capital para leitura pelos passageiros. A publicação de poemas de sócios correspondentes, de poetas do Grupo e de poetas novos constituem o tronco da revista. Por outro lado, duas iniciativas são extremamente significativas: uma página dedicada aos grandes poetas catarinenses na falecidos – nesta edição a homenagem é a Virgílio Várzea – e uma matéria assinada pela presidente do GPL, em licença Maura Soares, sobre a minha querida colega de Academia Catarinense de Letras Sylvia Amélia Carneiro da Cunha, com foto e a reprodução do poema “O último canto” publicado no número 13 da Revista da ACL. Parabéns a todos os integrantes do Grupo. O site: www.poetaslivres.com.br

MOACIR PEREIRA – Dakir Polidoro: a hora do despertador é o mais novo livro desse dinâmico jornalista e escritor, que tem como objetivo dar continuidade à preservação da memória de importantes personalidades catarinenses.
Dakir Polidoro enquanto radialista consagrou-se com seu programa na rádio Diário da Manhã “A hora do despertador”, levado ao ar durante quase 35 anos sempre a partir das 6 da manhã e, enquanto político chegou a ocupar o cargo de Prefeito de Florianópolis.
O novo livro de Moacir Pereira é publicado pela Editora Insular, com a participação da Associação Catarinense de Imprensa e foi prefaciado por Norberto Ungaretti.


MINUTOS DE MAR – Com pesquisa, organização e atualização lingüística a cargo de Lauro Junkes, seu atual presidente, a Academia Catarinense de Letras reuniu e editou vários textos de Santos Lostada, patrono da cadeira 32 daquela casa. São poemas, contos e crônicas publicados em jornais da época. Embora sem nenhum livro publicado durante sua vida, “foi uma pessoa que se preocupou com a literatura, que amou a literatura, que estimulou o progresso literário” Foi prosador, poeta também jornalista.
Manoel dos Santos Lostada nasceu na localidade de Furadinho, então município de Palhoça, atualmente no âmbito de Enseada do Brito, a 8 de março de 1860. Cedo transferiu-se com a família para a capital Desterro, onde estudou trabalhou e exerceu várias funções públicas. Faleceu em Florianópolis, a 20 de outubro de 1923.

ELEIÇÕES NA ACL – A luta para ocupar a cadeira 08 da Academia Catarinense de Letras, vaga com o falecimento do saudoso e caro amigo Sílvio Coelho dos Santos continua. Este mês de setembro teremos o terceiro round. Será que desta vez sairá fumaça branca das chaminés do “velho sodalício”?

BARCA DOS LIVROS – Mensalmente a Sociedade Amantes da Leitura imprime e distribui a programação da Barca dos Livros, projeto vitorioso cujo objetivo maior é promover e incentivar a leitura no sentido amplo.
Funcionando de 3ª a 6ª das 10h às 20h e sábados e domingos das 14h às 20h, à Rua Senador Ivo d’Aquino, 103, em frente ao trapiche da Lagoa da Conceição, este mês de setembro a Barca promove: Quintas Literárias – ciclo de leituras de Shakespeare, das 19h às 21h (R$5,00 por sessão), Cursos e Oficinas de Formação de Leitores, aos sábados, com 20 vagas (R$100,00 – desconto de 30% para quem participou de curso ou oficina promovido pela Barca no primeiro semestre). Também permanente é a atividade “A escola vai à barca” – visita de escolas à biblioteca, com sessões de leitura e narração de histórias. Os professores que desejarem levar seus alunos ( no máximo 20 de cada vez), devem agendar pelo telefone 3879-3208. Essa atividade é realizada sempre às quartas feiras às 10h, 14h e 16h e é totalmente gratuita.
Veja como tornar-se um “proeiro”. Acesse www.amantesdaleitura.org

PONTO DO POETA

É sul
Vento
Cinza-tarde.
É céu
Frio
Escura nuvem.
É som
Silêncio
Compulsiva dor.
(de Ciclo dos Olhos)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CONFRARIA DA LEITURA-pn

Pinheiro Neto (poetapinheironeto@gmail.com)



Papo Inicial – O espaço que ora se inaugura neste jornal recebe o mesmo nome de um projeto que já vem se consolidando junto à comunidade da Barra da Lagoa: “Confraria da Leitura”. Esse projeto visa emprestar livros gratuitamente, promover eventos literários, levar escritores até a comunidade, colocar-se como parceiro dos estudantes na questão da leitura, valorizar a produção literária e artística.
Sabemos que a Cultura Catarinense, como a de qualquer estado brasileiro é uma das áreas de preservação da memória que pouco apoio oficial ainda vem recebendo. As promoções culturais e artísticas oficiais vêm ao longo dos tempos tornando-se cada vez mais escassas e dirigidas. As comunidades mais distantes do centro das capitais e das grandes cidades permanecem isoladas, sem incentivo artístico-cultural, sem possibilidade de ver, discutir, conversar, divulgar as produções locais, sejam individuais ou coletivas. A grande imprensa, por sua vez, já não destina espaços sistematizados para a divulgação das produções culturais, principalmente daqueles iniciantes ou desconhecidos.
A realização de um projeto cultural da e para qualquer comunidade deve ter como escopo a criação de espaços alternativos e sistemáticos de divulgação que se pretende novo enquanto oportunidade a todos aqueles que nela residem mas desconhecem o que cada um produz ou pratica.

JORNAL DO ENÉAS – Uma das poucas publicações literárias que se mantém vivas em nosso Estado é o jornal editado pelo escritor Enéas Athanázio, em Balneário Camboriú. Sem nenhuma publicidade, auto definindo-se como um “ boletim cultural independente” e financiado integralmente pelo próprio, o jornal tem brindado seus leitores sempre com textos, poemas, notícias e críticas de alta qualidade. Em minhas mãos o número 23 que peguei emprestado lá na Academia Catarinense de Letras. Contatos com o autor: atha@terra.com.br

SESC E LITERATURA – Estão abertas até o dia 30 de setembro deste ano as inscrições para o Prêmio SESC de Literatura 2009, nas categorias conto e romance. O vencedor de cada categoria receberá como prêmio 10% do valor de capa da obra, que será publicada e distribuída pela Editora Record, quando da sua comercialização em livrarias. O regulamento e todas as informações adicionais poderão ser conseguidas através dos sites: http://www.sesc.com.br/ e http://www.record.com.br/

OFICINA DE CRÔNICA – Durante todo este mês a Academia Catarinense de Letras realiza uma “Oficina de Crônica”, com atividades teóricas e práticas, destinada a estudantes, escritores e apreciadores do gênero, sempre às quintas-feiras das 17 às 19n30min, na sede da ACL, no Centro Integrado de Cultura.
O evento está estruturado em etapas sendo a primeira com o tema Conceito e tipologia da Crônica, a segunda História da Crônica no Ocidente, a terceira Elementos, diálogo e humor na Crônica e a quarta com o tema Crônica não é história.
Inscrições gratuitas pelo telefone da ACL (48)3333-1733 e certificado de participação.

ESCRITORES EM DVD – A vida e a obra dos escritores catarinenses Salim Miguel, Silveira de Souza, Francisco José Pereira, Flávio José Cardozo e Júlio de Queiroz estarão sendo mostradas em DVD através da série Letras Catarinenses, projeto de iniciativa da Academia Catarinense de Letras que será dirigido por Chico Pereira da Conceito Comunicação e Ideias, produtora parceira da ACL.
Viabilizado pelo Funcultural, o projeto prevê documentar ao todo a vida e a obra de 30 escritores, sendo que para esta primeira etapa já estão garantidos os recursos necessários para os 5 primeiros programas, no valor de R$ 100 mil reais.

SINFONIA POÉTICA E PROSA – É o nome dado ao volume 6 da antologia editada pela Academia São José de Letras cujo Presidente é o escritor Artêmio Zanon. São 320 páginas estruturadas em três partes: a primeira apresentando a produção dos acadêmicos daquela entidade, a segunda com discursos e ensaios e a terceira denominada “memória acadêmica”. Correspondência para: artemiozanon@bol.com.br

SILVEIRA DE SOUZA – Um dos melhores contistas catarinenses, Silveira de Souza acaba de lançar sua mais recente obra literária “Vias Paralelas”. Habilmente tripartido, o livro reúne em Rumor de Folhas 25 poemas, em Registros 20 textos curtos que comentam artistas plásticos, movimentos e experiências que mereceram o olhar de Silveira de Souza; por fim, em Exercícios de Tradução, o autor nos brinda com abordagens sobre Kafka, Goethe, Gottfried Benn, todas do alemão, e sobre Poe, Hawthorne e Dickinson, do inglês.
Para Lauro Junkes, apresentador da obra, a poesia de Silveira de Souza “permanece quase desconhecida, mesmo que venha revestida de uma linguagem poética de alto grau. Mas importante é observar-se como o escritor também, e antes de tudo, é um leitor – de obras literárias, de telas de artistas plásticos, de textos em outros idiomas, sobre os quais exercita sua paciente tarefa de tradutor”.

PONTO DO POETA

O sorriso
Inaugurou
A lembrança.
O rosto
Anunciou
O improviso.