PAPO NA CONFRARIA: KÁTIA REBELO
1- O que te motiva a escrever?
Escrevo para
dar o meu depoimento sobre a vida. Dizer como eu vejo o mundo. Contar uma
história que surgiu de uma ideia e tomou forma para se transformar em um livro.
2- Cite os TRÊS livros (e respectivos
autores) mais significativos em tua vida?
Rebecca, de
Daphne Du Maurier.
Casa Velha,
de Machado de Assis.
Os papéis de
Aspern, de Henry James.
3- Indique um livro (Literatura
Brasileira) para leitura de:
a)
Alunos do Ensino Fundamental (5ª a 8ª
séries)
Trabalhei
muitos anos como bibliotecária e acredito que a biblioteca escolar precisa ser
uma extensão da sala de aula. Uma visita orientada à biblioteca fará com que os
alunos conheçam, por exemplo, a literatura clássica de Monteiro Lobato: Reinações de Narizinho e a literatura
moderna de Ana Maria Machado: Bisa Bia
Bisa Bel. O que realmente importa é o contato do leitor/estudante com o
acervo disponível na biblioteca.
b)
Alunos do Ensino Médio
No Ensino
Médio o elo entre sala de aula e biblioteca precisa ser reforçado. Para
instigar a imaginação, a leitura de narrativas de mistério, desperta a
curiosidade dos leitores/alunos. Indico Crime
na baía sul, de Glauco Rodrigues Correa, pois além de ser uma ficção
policial, traz um final inesperado.
c)
Alunos do Ensino Superior
Aos alunos da
graduação indico Machado de Assis. A leitura de Dom Casmurro, bem conduzida pelo professor, será um encontro
prazeroso e desafiador com a volubilidade do narrador Machadiano.
4- Como se dá o processo da escrita em
tua prática cotidiana?
Escrevo todos
os dias. Mesmo que seja para revisar, acrescentar um parágrafo, uma sentença ou
mesmo um vocábulo. É necessário manter o ritmo de produção.
5- Fale sobre o apoio dispensado pelos
setores público e privado à literatura.
Deveria haver
maior apoio às artes: prêmios literários, incentivo aos novos autores. O setor
público concede apoio com editais, contemplando assuntos ligados ao folclore
local, atestando o “Instinto de Nacionalidade” que Machado de Assis já abominava
no século dezenove. O que realmente importa, é o “Sentimento íntimo”, pregava o
autor. Afinal, um tema universal alcança um maior número de leitores.
6- Fale sobre o papel das
Academias de Letras em relação à Língua e à Literatura?
Nas Academias
de Letras os escritores unem forças, seja na valorização da língua, com
palestras e produções dos autores, como também na publicação e divulgação dos
trabalhos dos acadêmicos.
Kátia Rebelo é natural de Florianópolis. Formou-se em
Biblioteconomia na UFSC. É mestre e doutora em Literatura. Suas obras: A casa da praia, 1988; Homicídio em dó maior, 1966; Coincidência!, 1999; Em nome da arte, 2000; Olhos de vidro, 2001; Por falar em fantasma, 2005; O silêncio do olhar, 2011 e A realidade e a ficção, 2013 (todos
pela editora Papa-livro).
É
membro da Academia Desterrense de Letras, onde ocupa a cadeira número 2, e da
Academia São José de Letras, cadeira número 30.
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DA SÉRIE "POETAS MULHERES - 7"
DA SÉRIE "POETAS MULHERES - 7"
CORAÇÃO CANSADO
Bate
forte coração cansado,
sob
o peso de tantas ilusões,
por
belos sonhos embalados
ao
som de velhas canções.
Bate
pelas esperanças malogradas,
se
amarguras que teimam em voltar.
Bate
enfim para lembrar
de
alguém o derradeiro afago
que,
num passe de mago,
te
fez um dia (segredo?)
fortemente
pulsar!
[ Silvia Amélia, Poemas do meu caminho, Coleção ACL,
2,Florianópolis, 1993. “Homenagem ao Centenário de nascimento da Secretária
Perpétua da Academia Catarinense de Letras”.]
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POR RAZÃO NENHUMA
desejo um riso
profundo
que não corra
o raso risco
ou uma rente
rasura
e se curve
sem motivo
profundo
que não corra
o raso risco
ou uma rente
rasura
e se curve
sem motivo
desalinhando o siso
do sol da boca
do sol da boca
[Valéria Tarelho, Face
01-10-2014]
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MISTÉRIOS
Imagens fatigam
Rodeadas de batalhas
Velho é o tempo
Fora de casa
No quintal de quimeras
Vergel de primaveras
Limite temporal
Mora entre vírgulas escondidas
E interrogações solitárias
E eu, entro no mistério
De colher orvalhos
Ao amanhecer...
[Vany
Campos, Relicário, Porto Alegre,
Evangraf/Somar, 2014, p.21]
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TEIA
Ela
tece sua teia
se
enrola se enleia
os
fios trameia
na
teia.
Como
gangorra
sobe
desce
pelos
fios balança
se
lança
quase
cai.
Equilibra
avança
o
topo logo alcança
enlaça
abraça
suas
crias cria
passa
a noite
chega
o dia
ela
continua sua lida
sua
vida conquista
realiza
vence.
Ela
é uma MULHER!
[Adélia Einsfeldt, POA/RS]
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FEITO A
LUA
És feito a lua...
reluzente
misterioso
sombrio!
Ora aparece
ora nebuloso,
ora fugidio!
És feito a luz ...
tímido
prata
faceiro!
Ora some,
ora reflete,
ora inteiro!
Ah! Como eu gosto da lua
cheia!
[ Andréa Lúcia, RJ]
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MOMENTOS
Minutos
não esquecidos,
Lembranças
vividas,
Carinhos
enternecidos
Em
consequentes idas.
Não
obstante o olhar,
Pasmo,
fico a pensar,
Ideias
fazem pairar
Suspiro
a desabrochar.
No
desencanto da vida
Espero
o desenrolar,
Como
tudo se faz passar
Vivo
mementos, torno a pensar.
[Elba Khadija Gomes, RJ]
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SERENIDADE
O barulho da água a jorrar
Liberta o pensamento no ar
Voa livre, sem destino.
Busca o eu encontrar
As ideias a navegar
As imagens refletem sobre o mar
Assim como as ondas livres e calmas a quebrar
A paz invade contente
O coração da gente
É possível notar
O movimento ao respirar
A presença de Deus
Trazendo o conforto
O ambiente para orar!
[Flávia Assaife]
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NOS BRAÇOS DA POESIA
Num repente as palavras
acordaram
Revelando todos os meus
reversos
Em rimas, as letras
sobejaram
Suscitando a
cumplicidade dos versos.
Chegou, do silencio
elegendo o fim
Desatando o que
interditava a voz
Na aridez do papel
promoveu jardim
Meu dia amanhecendo,
vibrante, veloz.
Então, silente, por
minhas ruas andei
A sussurrar segredos em
cada passo
Do tempo e das emoções
me apossei
Sosseguei nos veros, mau
cansaço.
[Glória Salles, Flórida
Paulista/SP]
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BORBOLETAS AZUIS
mulher em metamorfose
transcende csheiro primaveril
cálice de pétalas pequeninas
transborda suavidade
feitiço
das borboletas azuis
suave odor a sensualidade feminina
[Jania Souza, Natal/RN]
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Poema de Valeska Cabral/ RJ
Poema de Valeska Cabral/ RJ
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DA
SÉRIE CRÔNICAS
Um pescador com alma de poeta
Havia um pescador que vivia numa belíssima aldeia, numa casa modesta, à
beira mar. Tinha um filho lindo e uma esposa que reclamava de tudo: da vida que
levava, da pobreza e até do próprio filho. Matias saia todos os dias cedo,
levava consigo uma rede nas costas e uma marmita. Tinha uma expressão triste, e
enquanto caminhava na areia branca da praia recitava alguns versos do escritor
Victor Hugo “Da espalda de um rochedo, gota a gota / límpida fonte sobre o mar
caia, / Mas, ao vê-la tombar em seu regaço/" O que queres de mim? "O
mar dizia. / Eu sou da tempestade o antro escuro/ Onde termina o céu aí começo/
Eu que nos braços toda a terra espreito / De ti, tão pobre e vil, de ti
careço?...”/ No tom saudoso do quebrar das águas/ Ao mar, serena, a fonte assim
murmura:/"A ti, que és grande e forte, a pobre fonte/ Vem dar-te o que não
tens, dar-te a /doçura!...”
Passava o dia todo no mar buscando a
sobrevivência, e a poesia era a sua companheira. O velho professor da aldeia o
alfabetizou, e Matias se tornou um apaixonado pelas letras. Muitas vezes, o
pescador com alma de poeta trocou peixes por livros de poemas. O mestre sabia
que Matias poderia se tornar um escritor, só que a pobreza o impediria, pois
tinha que buscar o sustento da casa e deixar de estudar assim que terminasse a
quarta série. E assim aconteceu, sendo que Matias não abandonou os livros.
Os
homens do mar carregam consigo sentimentos de pureza e amor pela vida. Os
sorrisos e os olhares denotam a simplicidade do ser humano, das pessoas que
levam uma vida simples à beira do mar. Matias conquistava as pessoas através do
seu jeito manso de falar , e principalmente quando ilustrava o diálogo com
poesias. Falam que os poetas são tristes e ele não era diferente, e seus olhos
azuis pareciam estar sempre chorando. Todas manhãs os pescadores cumpriam a
missão, de ir ao mar, e as embarcações enfileiradas sumiam nas ondas do mar. Na
orla, filhos e esposas se despediam em silêncio, sempre com ares de
preocupação, porque alguns pescadores foram e não retornaram. Se bem, que com o
passar do tempo se conformavam. A paisagem do mar, os coqueiros, a areia branca
intactas, algemava qualquer pessoa sensível!Os dias passavam e a dor da viúva e
dos filhos se tornava menos dolorosa. Naquela praia não havia nenhum vestígio
de impureza, havia somente ondas tombando ininterruptamente, puro espaço e
lúcida unidade, onde o tempo apaixonadamente encontrara a própria liberdade.
Numa manhã sem sol, Matias acordou pensativo. Chegou até o mar, não foi
pescar e sentou-se sobre uma duna, olhos perdidos no horizonte, nostalgia e uma
insatisfação. Não conseguiu trabalhar e voltou para a casa, e antes de pôr o pé
na porta lá vem a mulher gritando “Matias, isto é hora de voltar para a casa, e
os peixes? Cada dia mais pobre, homem fracassado! Estou casada com um sujeito
que me trouxe para esta aldeia pobre e seu filho é igual a você, não vai ser
nada na vida!” Matias deitou-se na rede com o menino, abraçados adormeceram...
Maria fez a mala e partiu.
Segundo a lenda, pai e filho nunca mais acordaram. Foram transformados
em anjos, que protegem a aldeia até hoje. A morada desapareceu. Ali nasceu uma
árvore verde, e bela, que ofusca os olhares de todos que por ali passam, uma
magia! Movimentam-se no ar dois galhos enormes, em formato angelical, parecem
dois anjos de mãos dadas. Segundo a lenda, é a árvore mais bonita da aldeia,
única que é frutífera o ano inteiro, um fruto delicioso! Só que, por entre as
folhas da majestosa árvore, por trás dos galhos escorrem as lágrimas...
[Maria de Fátima Pavei, 11/02/2010]
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A
CERIMÔNIA DO ADEUS
Em
1924, aos 19 anos de idade, Jean Paul Sartre deixa a cidade portuária de La
Rochelle, onde vivia com a mãe e o padrasto, retornando a Paris para se
matricular na Escola Normal Superior, o centro de discussão cultural, filosófica
e política da época. Nesse ambiente, conheceu Simone de Beauvoir, através do
amigo comum Herbaud. A identificação entre os dois foi total. Logo no primeiro
encontro, o futuro autor de O ser e o
nada e Crítica da razão dialética declarou: “A partir de agora eu tomo conta de
você”. Desde então, até a morte de Sartre em abril de 1980, Simone foi sua
companheira inseparável. Participaram juntos de todos os grandes acontecimentos
decisivos de nosso tempo, da Resistência a Maio de 68. Nunca se casaram, viveram
perto um do outro, mas não sob o mesmo teto, segundo um projeto de amor sem
quaisquer obrigações – nem mesmo a da fidelidade. Em Balanço final, recordando essa época, Simone se interroga: “Como
teria evoluído se não tivesse encontrado Sartre? Ter-me-ia libertado mais cedo
ou mais tarde de meu individualismo, do idealismo e do espiritualismo que ainda
me dominavam?” E conclui: “Não sei. O fato é que o encontrei e que esse foi o
acontecimento capital de minha existência.”
Em
A cerimônia do adeus Simone de
Beauvoir relata os últimos dez anos da vida desse homem fascinante, num tom ao
mesmo tempo distante e comovente. O livro é o “diário-de-bordo” dessa longa
morte. Simone de Beauvoir fala das crises de hipertensão, da cegueira, da
progressiva falta de memória, das bebedeiras de Sartre. É um documento atroz,
doloroso, mas que, contra o que pode parecer, homenageia Sartre. Um depoimento
nada lírico, muitas vezes contendo até frases de um desespero absoluto: “Sua
morte nos separa. Sua morte não nos reunirá. É assim: já é belo que nossas
vidas tenham podido harmonizar-se por tento tempo.”
O
livro é composto também por uma longa série de entrevistas realizadas por
Simone com Sartre em épocas diversas. Ela, faz ainda alguns acertos de contas,
não com Sartre, que ela admira inteiramente, mas com pessoas que, segundo ela,
no final de sua vida, o desviaram de si mesmo, como Benny Levy, ou Victor, que
se tornou célebre por ter recolhido a última grande entrevista do filósofo,
publicada na revista Le Nouvel Observateur.
“Victor”, diz Beauvoir, “não expressava diretamente nenhuma de suas
opiniões. Fazia com que Sartre os endossasse, representando em nome de não se
sabe que verdade o papel de produtor. Seu tom, a superioridade arrogante que
tomava com Sartre revoltaram todos os amigos que tiveram conhecimento desse
texto. Ficaram como eu, aterrados pelo conteúdo das afirmações extorquidas de
Sartre... Victor era volúvel, estonteava Sartre com palavras, sem lhe deixar o
tempo de que precisaria par organizar-se.” Esse absurdo é um dos últimos
episódios tristes da vida do escritor.
Poucos
intelectuais na história do pensamento ousaram tanto e deixaram uma obra tão
eclética. Filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista, militante, Sartre foi
sobretudo um homem generoso e livre. A busca incessante da verdade o levou a
passar suas convicções por um implacável molinete dialético. Combateu todas as
instituições, recusou o Nobel, se solidarizou sempre com as minorias. “O
silêncio é reacionário”, disse em 1976.
O
livro de Simone certamente seria lido com aprovação por Sartre, amante da
coragem, da verdade e do rigor. Ficará para todos que se interessam por ele e
sua ação na história como um testemunho essencial e patético.
Para
Gilles Lapouge, “lê-se A cerimônia do
adeus dividido entre o horror (pois seria lícito dizer tudo, não passar em
silêncio nenhuma das horas dolorosas da agonia?), a admiração (pois não é
heroísmo por parte da mulher dizer tudo?) e as lágrimas – pois, no dia em que
morreu Jean-Paul Sartre e em que foi enterrado, toda a Paris se reuniu
espontaneamente: 50 mil desconhecidos, jovens principalmente, seguiram
silenciosamente o carro fúnebre no qual repousa agora esse homenzinho
macilento, feio, que foi no coração de todo um meio século a mais lúcida, a
mais generosa das testemunhas.”
[A cerimônia do adeus, seguido de Entrevistas com Jean-Paul Sartre, agosto-setembro
1974, Simone de Beauvoir; tradução de Rita Braga, Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1982.]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
PASSEI
UMA VEZ POR UMA CIDADE POPULOSA
Walt Whitman
Passei
uma vez por uma cidade populosa buscando guardar na mente,
para uso futuro, seus acontecimentos,
costumes, tradições e arquitetura.
No entanto daquela cidade lembro hoje somente
de uma mulher
que encontrei por acaso e que me deteve
ali dado seu amor por mim.
Dia
após dia e noite após noite estivemos juntos — tudo mais
foi esquecido há muito tempo.
Recordo
apenas, repito, daquela mulher que apaixonadamente se ligou a mim.
E
agora de novo caminhamos pelas ruas, nos amamos, e nos separamos.
De
novo agora ela me segura pela mão, não devo partir.
Vejo-a
bem próxima ao meu lado, com seus lábios silenciosos, tristes e trêmulos.
(Tradução de Silveira de Souza,
especialmente para esta Confraria, outubro/2014)
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
GAFES
JORNALÍSTICAS
HÁ dois anos atrás
Alguns gostam
muito de chover no molhado. Outros, que isso não apreciam, ficam resfriados só
de pensar...
Quem usa há já está dizendo que foi atrás. Esse há equivale a faz. O
caro leitor já viu alguém usar “faz dois
anos atrás”? Por que, então,
construir “há dois anos atrás”?
Deixemos o atrás para trás e usemos daqui para a
frente só assim:
Há dois anos não havia o Plano Cruzado. E agora, há?
Há três anos não havia esse governo.
O presidente
eleito morreu há quase três anos.
Quem usa “há dois anos atrás” - e se sente bem – está autorizado a usar também: entrei lá dentro, saí lá fora, subi lá em
cima, desci lá embaixo, pomar de frutas, adega de bebidas, demente mental: tudo
é farinha do mesmo saco.
Quem faz
questão de usar atrás, então, que
não use há:
Dois anos atrás não havia o Plano Cruzado.
O presidente
eleito morreu quase três anos atrás.
Num dia de
agosto (mês de mau agouro sobretudo para nós, brasileiros) se leu num de nossos
jornais:
Na data de
hoje, há 24 anos atrás, Jânio Quadros renunciava à Presidência
da República.
Eis aí um mau
exemplo...
[ Luiz
Antônio Sacconi, Gafite, nº. 1, abril 87, Nossa Editora, p. 17]
X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X
CONFRARIA
DO [meu] POEMA-pn
Não será a frase tola
a palavra fácil,
o olhar comum;
Não será a verdade,
a vontade, o desejo,
o tempo passageiro;
não será coisa alguma
ou tudo isso
que te fará feliz.
Apenas meus minutos,
meus pobres e poucos
minutos
te darão prazer.
(Pinheiro
Neto, Minutos poucos, A rosa do verso,
1988, p.69)
PAPO NA CONFRARIA: KÁTIA REBELO Uma mulher inteligente. Alguma discordância à resposta da pergunta nº 6
ResponderExcluirDA SÉRIE "POETAS MULHERES - 7" Belíssima seleção. Destaque para Vany Campos, a Senhora de Coxilha dos Campos.
DA SÉRIE CRÔNICAS: Mágico!
LI E RECOMENDO (8): Anotado.
PASSEI UMA VEZ POR UMA CIDADE POPULOSA: Tocante!
DA SÉRIE “NOSSA LÍNGUA”: Redundâncias, difícil evitá-las.
CONFRARIA DO [meu] POEMA-pn: Sinceridade!
Muito bom, Bela exposição e ótimo conteúdo. Parabéns!
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