PAPO NA CONFRARIA: Leatrice
Moellmann
1-O que te motivou a escrever?
Meu instinto.
2-Cite três livros (e respectivos autores) mais significativos
em tua vida.
Incidente em
Antares de Érico Veríssimo
Dicionário de
Português Schi faiz favoire de Mário Prata
Papillon de Henri Charrière
3-Indique um livro (Literatura Brasileira) para leitura de:
Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior.
Ensino Fundamental:
As Reinações de Narizinho de Monteiro Lobato
Ensino Médio: Dom
Casmurro de Machado de Assis
Ensino Superior: o livro
deverá estar de acordo com a área específica cursada.
4-Como se dá o processo da escrita em tua prática cotidiana?
A minha prática se
divide em “inspiração” e “transpiração”.
5-Fale sobre o apoio dispensado pelos setores público e privado
à literatura.
O apoio está decadente,
uma vez que as ferramentas da tecnologia (computadores e afins)
atualmente são mais valorizadas do que os livros.
6-Fale sobre o papel das Academias de Letras em relação à Língua
e à Literatura.
As Academias de Letras
são entidades estimuladoras do uso correto da Língua e da Literatura,
entretanto deixam a desejar.
(*) Ocupante da Cadeira 07 da
Academia Catarinense de Letras.
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MATERNIDADE
Arrepender-te-ás talvez
como de uma suprema profanação
de teres um dia me vestido
de bagos e de gomos
e para eles depois te atirado
como um fauno sem lei.
Oh, não te arrependas não
que me deste glória e honra
pois eu só via o milagre da
árvore estéril
carregada de frutos
e o sumo das uvas escorrendo
dos seios que nunca
amamentaram.
(Maura de Senna Pereira, Sete
poemas de amor, Edições Sanfona, Floripa, 1985)
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A EDITORA E AS FORTALEZAS DA UNIVERSIDADE (*)
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A magnífica reitora da
UFSC pode indicar quem ela quiser para a diretoria da editora daquela
Universidade, afinal ela foi eleita pela maioria da comunidade universitária.
Só não acredito que o Patrimônio da União permita que ela venda ou alugue
alguma das fortalezas históricas da Ilha de Santa Catarina. Planejadas como
baluarte do regime colonial português, elas serviram de cárcere comum e de
Estado, local de fuzilamento de heroicos catarinenses e singelos postos de
meteorologia. Utilizá-las como cenário de casamento de dondocas deslumbradas ou
shows de duplas sertanejas é outra história. Difícil de acreditar!
Quanto ao
novo diretor da editora, vale lembrar que é aquele que em meados de 2005 negava
a identidade econômica e cultural barriga-verde em artigos na mídia impressa,
considerando-a orgulho eurocêntrico de um Estado que está na periferia
do Brasil. Ignorava solenemente as raízes do povo catarinense, sua economia
e sua cultura.
E promovia
simpósios na UFSC para discutir a “subserviência econômica e cultural” e o
“projeto europeizante” ao qual Florianópolis estaria submetida. E, como
resultado dos eventos, considerava Floripa produto de consumo criado por
publicitários, inserida num cenário frio que se transformou em campo de
refugiados onde é cada vez mais difícil driblar a dor do exílio.
Além de
ofender a inteligência de catarinenses, migrantes e turistas, revelava
pretensiosamente que sua biblioteca particular era repleta de “livros
parisienses”, querendo demonstrar uma erudição não bem confirmada em seus
textos. Florianópolis não precisa de professores de linguística para julgá-la
de forma artificiosa, míope e doentia, contestávamos no mesmo espaço. O novo
diretor da EdUFSC foi agora entrevistado no ND, justamente na edição que
estampa na capa uma bela manchete: Floripa é a melhor capital para se
viver.
Nascido em
São Paulo, o doutor em linguística é da mesma equipe que extinguiu a disciplina
de literatura catarinense do currículo da Universidade. Indagado sobre a fatia
do bolo dedicada à escritura catarinense, tergiversou: autores do
Estado não perderão espaço e serão mantidas no catálogo. Só que a estratégia
não segue a do Alcides, referindo-se a Alcides Buss, ex-diretor.
Desalojá-la
do prédio em que se encontra é sua primeira missão. Só se espera que não venda,
nem feche a Editora da UFSC. Com essa linha de pensamento e as ações expostas
na entrevista, de catarinense ela não terá nada. Mas cuidado! Catarina, a
Santa, costuma castigar aqueles que usam seu santo nome em vão.
(*) Artigo
publicado pelo escritor e historiador João Carlos Mosimann no jornal Notícias
do Dia em 01de agosto de 2013).
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A
REVOLTA DOS DEUSES
Transbordo
ópera na espreita
explosão
nuclear, começo e fim
medos,
tsunami, violação do instante
Abro as
cortinas e entulhos se sobrepõem
transformações
sísmicas
medos,
lágrimas e espanto
Já é tarde
demais
os Deuses já
despem os véus
(Dora
Dimolitsas, Poemas à flor da pele, vol. 5, Somar, Porto Alegre, 2011)
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LI E RECOMENDO (4)
A
Ilha dos ventos volúveis, escrito por Raul Caldas Filho e editado pela Insular em
2011 é o primeiro romance do autor que em linguagem acessível e contagiante nos
transporta para uma época aparentemente mais amena, mas nem por isso menos turbulenta,
no contexto da Ilha de Santa Catarina nos anos de 1940.
Renato
Lima, carioca e Sérgio Gomes, nascido em São Francisco do Sul; dois jovens que
chegam a Florianópolis com o objetivo de encontrar novos horizontes em suas
respectivas vidas. “A partir daí, o leitor empreende uma verdadeira viagem
rememorativa a então menor capital brasileira, erguida sobre uma bela ilha, com
a sua paisagem deslumbrante, sua majestosa ponte, seus ventos instáveis, seus
aromas e sonoridades, suas ruas estreitas, igrejas, praças e jardins. E através
das ações, andanças e relacionamentos dos dois personagens, o leitor passa a
conhecer a história e os costumes de uma cidade “onde as paredes têm ouvidos” e
“um olho invisível” a tudo que parece acompanhar. À medida que eles vão se
identificando com os habitantes e integrando-se à fechada sociedade
provinciana, surgem figuras marcantes e peculiares, vivendo num tempo em que o
mar e o porto exerciam função preponderante na vida local.”
“Disputas
políticas, paixões, traições amorosas, rivalidades, mexericos, preconceitos,
nomes reais que se misturam aos personagens e conflitos de gerações literárias,
dão o necessário tempero à trama, que se desenvolve em diversos ambientes
sociais, tendo como décor, além da
luxuriante natureza, bares, restaurantes, clubes e lupanares.”
Raul
Caldas Filho, expressivo contista, cronista e jornalista que nos brinda com
esta romance, nasceu na histórica São Francisco do Sul, santa Catarina, em
1940, mas cresceu e fez seus estudos na capital do estado. É formado em
Direito. Como jornalista profissional trabalhou ou colaborou com os principais
jornais catarinenses a partir de 19063. Foi também repórter da revista Manchete durante dois anos (1967/68) no
Rio de Janeiro e correspondente da editora Bloch em Santa Catarina. Já publicou
dez livros entre ficção, crônicas, reportagens e textos variados. Participou
ainda de dezenove coletâneas.
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REGISTRO
LITERATURA IÇARENSE
A Academia
Içarense de Letras e Artes promoveu a I Mostra da Literatura
Içarense, no mes de julho passado, no Supermercado Giassi , da cidade
de Içara. O evento teve por objetivo levar aquela academia às ruas da
cidade para dialogar sobre a arte de escrever e divulgar a produção dos
escritores içarenses a toda população.
A Aila
foi criada por iniciativa dos escritores içarenses em 2008. Hoje conta com 33
acadêmicos, publicando em média 05 novas obras por ano. Para 2013, a Aila está
preparando o lançamento de sua primeira Antologia. A Academia Içarense de
Letras e Artes pode ser encontrada no face ou site www.aila.com.br.
NOVOS ACADÊMICOS
A
Academia São José de Letras deu posse aos escritores Marcos Antonio Meira,
Kátia Rebello e Roberto José Pugliese, como seus mais novos membros. A sessão
solene foi realizada no auditório do Centro de Atenção à Terceira Idade,
localizado na Avenida Beira Mara de São José e foi presidida pelo escritor
Artêmio Zanon, presidente daquela entidade.
BOLETIM DO IHGSC
Recebi
o Boletim do Instituto
Histórico
e Geográfico de Santa Catarina número 174. Destaque para o Seminário “Portugal
e Brasil – o papel dos agentes institucionais acadêmicos e culturais na
perenidade das relações”. O evento contou com a chancela do Comissariado Geral
Português com sede em Lisboa.
OFICINA
Estão
abertas até 13 de agosto as inscrições para a oficina “Fotografia Gambiarra”,
com o artista plástico Diego de Los Campos. Com elementos de custo baixo e
fáceis de achar no mercado, ou reciclados, a oficina tem como proposta a
fabricação de acessórios para máquinas fotográficas digitais, profissionais,
compactas ou de celular. Os participantes fabricarão acessórios que serão usados
para a realização de um trabalho em animação, vídeo ou série fotográfica. Cada
aluno deverá levar consigo uma câmera, tripé, notebook, cartolina preta,
papelão, cola quente, estilete, tesoura, fita crepe, celofanes, cristais,
lupas, binóculos, e para recuperar lentes de câmeras, scanner, dvd e cd
quebrados, um olho mágico para porta. As aulas ocorrem na Fundação Cultural
Badesc de 19 de agosto a 9 de setembro, às segundas-feiras, das 8h30 às 11h30.
São 15 vagas com preferência para professores da rede municipal de ensino.
Inscrição gratuita pelo email arte.e.publico@gmail.com,
informando nome, profissão e contato.

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CONFRARIA DO POEMA-pn
Ser pai
É conduzir pela mão
e também com o
coração.
É acompanhar cada
passo
com amor e com razão.
É amanhecer cada dia
com esperança e
retidão.
(Pinheiro
Neto/ago/2013)
Meu amigo Pinheiro Neto, muito obrigado por sua gentileza em publicar meu Poema,seu blog é muito bem organizado, e contúdo de muito boa qualidade, sinto-me honrada. um abraço Dora Dimolitsas
ResponderExcluirTransbordando sensibilidade nas linhas e entrelinhas!
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