HOMENAGEM
AO ATOR ÉDIO NUNES
A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin
Cascaes entregou no dia 29 de setembro o
Troféu Isnard Azevedo ao ator Édio Nunes, em reconhecimento à contribuição dada
por ele ao teatro catarinense. A homenagem encerrou a programação do 19º
Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo 2012, juntamente com o espetáculo
“R&J Shakespeare – Juventude Interrompida”, apresentado pela Sevenx
Produções Artísticas (Rio de Janeiro/RJ).
A
honraria ao veterano ator Édio Nunes marca também os 50 anos de carreira do
integrante e fundador do Armação, um dos grupos teatrais mais antigos em
atuação no País.
Do
futebol para o teatro
Nascido
em Florianópolis, Édio Nunes de Sousa foi, na década de 1970, um talentoso
jogador de futebol, com passagens por times como Juventus e Palmeiras, e participação em campeonatos
catarinenses e brasileiros. Mas, uma fratura no braço e uma lesão no joelho
tiraram dos campos, aos 21 anos, a jovem promessa do futebol de salão de Santa
Catarina. Entretanto, se o esporte catarinense perdeu um atleta, a cultura pode
festejar em 2012 o cinquentenário de carreira de um de seus mais respeitados atores.
A
aproximação com o universo das artes iniciou por acaso, aos 18 anos, a partir
do convite de colegas do curso de direito da Universidade Federal de Santa
Catarina, em 1962, mesmo ano em que entrava na faculdade. Embora desconfiado,
Édio aceitou assistir a um ensaio no antigo Tusc (Teatro Universitário de Santa
Catarina) e, a partir dali, não largou mais o palco.
A
primeira participação teatral ocorreu com a peça “Auto da Compadecida”, de
Ariano Suassuna, no Tusc, onde interpretava um cangaceiro, com direção de
Odília Carreirão Ortiga. Com a mesma diretora, encenou também “O Santo
Inquérito”. Ao longo de cinco décadas, atuou em mais de 50 espetáculos e outras
40 produções audiovisuais, além de fazer diversas participações em rádio e
televisão.
Com
passagem pelos grupos de teatro do Sesc, Sesi,
Clube 6 de Janeiro, O Dromedário Loquaz e Grupo A, Édio Nunes estabeleceu-se no
Grupo Armação, coletivo teatral que ajudou a fundar em 1972 e ao qual está
vinculado até hoje. Em 1982, o grupo passou a ocupar um prédio histórico, na
Praça 15 de Novembro, onde estreou o espetáculo "Zumbi",
de Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Edu Lobo, com direção de Oraci
Gemba, que foi espetáculo com maior público obtido pelo grupo, e “Os
Órfãos de Jânio”, de Millôr Fernandes, com direção do cenógrafo e arquiteto
Paulo Rocha (1988/1989 e 1990).
Entre as peças encenadas ao longo da carreira, Édio Nunes
destaca ainda
"Ana de Jesus - Auto das Cartas", direção e texto de Augusto Sousa,
peça encenada com o Grupo Cena 11 (1995); "Sim, Eu Sei", de Fábio
Brüggemann, direção de Nando Moraes e participação da atriz Berna Sant'Anna
(1992); e "Contestado - A Guerra do Dragão de Fogo contra o Exército
Encantado", direção e texto de Antônio Cunha – espetáculo concebido para
marcar os 30 anos de criação do Grupo Armação (2003).
Grupo Armação
Criado em 1972, o Grupo Armação
estreou em Joaçaba, com o espetáculo “Contestado”, do autor catarinense Romário
Borelli, tendo na direção geral Augusto Sousa. O nome foi originado a partir da
ideia de carpintaria teatral com um ponto turístico de Florianópolis.
Desde então, o Armação tem mantido
atividades ininterruptas, somando cerca de 70 espetáculos de autores da
dramaturgia internacional e nacional, dedicando atenção especial à produção
teatral catarinense. O grupo circulou por diversos estados e participou de
inúmeros festivais, apresentando-se tanto em espaços tradicionais quanto em
palcos alternativos, instalados em escolas, ginásios, bares e até em carroceria
de caminhões.
Atualmente, o grupo administra o
próprio espaço, denominado Casa do Teatro, no centro histórico, transformada em
um teatro de bolso, desde 1986. Entre os integrantes do grupo destacam-se Zeula
Soares, Ademir Rosa, Sandra Ouriques, Chico de Nez, Antônio Cunha, Waldir
Brazil, José Carlos Ramos, entre outros nomes.
O
Grupo Armação, que completa 40 anos em 2012, um dos mais antigos em atuação no
País, comemora o aniversário, apresentando ao público o espetáculo “Ao Vivo e
Em Cores”, inspirado e adaptado a partir das crônicas do jornalista e cronista
Sérgio da Costa Ramos. O espetáculo fez parte da programação do 19º Floripa
Teatro – Festival Isnard Azevedo.
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ENLACE MATRIMONIAL
O amor
se fez
maior
ser dois
já não podiam
em matrimônio
se uniram
e agora
em antítese
amorosa
um apenas.
(Clau
Assi in Poemas à flor da pele, vol. 5, Ed. Somar, p. 50, 2012)
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CINECLUBE
IEDA BECK AGORA NA FCBADESC
O Cineclube Ieda Beck
está funcionando desde setembro na sala de cinema da Fundação Cultural Badesc,
de Florianópolis. Com uma programação voltada para o cinema produzido em Santa
Catarina, a primeira sessão do cineclube na sua nova casa ocorreu no dia 19 com
exibição de Cine Art 7, os descaminhos da memória, de Phelipe Janning, e Gerlach Cine
Desterro, direção coletiva realizada durante oficina de produção do 13ª
Catavídeo.
O Ieda Beck foi inaugurado em 26 de março de 2009, no Grupo de
Teatro Armação, na Rua Praça XV de Novembro, com exibição do
documentário Luiz Henrique, no Balanço do Mar, uma realização da
diretora e produtora que dá nome ao cineclube. Desde então, foram realizadas
sessões itinerantes e no Instituto Arco-Íris.
Com foco no curta-metragem, serão privilegiadas sessões
temáticas no Ieda Beck. O tema de inauguração da nova casa do cineclube é a
memória e homenageia duas salas de cinema importantes para quem procura a
cinematografia produzida fora do eixo norteamericano. Cine Art 7, os
descaminhos da memória, documenta a última sala de cinema de rua de
Florianópolis, que era administrada por Darci Costa e Alberto Ferminiano.
O segundo filme em
cartaz, Gerlach Cine Desterro, aborda a história do escritor e
cinéfilo Gilberto Gerlach e sua relação com o Clube de Cinema Nossa Senhora do
Desterro, criado por ele em 1968, e que funcionou durante mais de 25 anos no
Centro Integrado de Cultura.
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CONFRARIA DO POEMA-pn
O
corpo nu
Sob
a mesa:
Sobremesa
poética.
O
corpo jaz
Sobre
a mesa:
Lágrimas
em verso.
Meu
verso nu
Sobre
a cama:
Estupro
poético.
(Nano poemas II, Pinheiro Neto, Poemas à flor da pele, p. 141, 2012)
Uma honra muito grande ter meus versos estampados em teu blog.
ResponderExcluirMuito obrigada, Pinheiro Neto. Muito obrigada.
Beijo ternurento
Clau Assi