sexta-feira, 20 de março de 2015

Edição nº. 69



 PAPO NA CONFRARIA: ANTÔNIO MANOEL DA SILVA







1.    O que te motiva a escrever?

R. É o feedback com o leitor, independente se o resultado foi satisfatório ou não.  O que importa é colher as críticas sobre o que foi escrito, muito embora seja obviamente compreensível e humanamente aceitável, que todo escritor sempre anseia por um resultado positivo sobre qualquer trabalho literário produzido e publicado. E a satisfação do leitor é tudo o que se espera como feedback.
Dentro desta perspectiva, sempre norteio as minhas ações para uma busca incessante do aprimoramento do meu universo vocabular, visando atingir um nível literário mais elevado e satisfatório.

2.    Cite três livros (e respectivos autores) mais significativos em tua vida?

R. “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell; “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel; “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Marques.

3.    Indique um livro (Literatura Brasileira) para leitura de:

a)    Alunos do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries)
b)    Alunos do Ensino Médio
c)    Alunos do Ensino Superior

R.           Embora eu tenha formação pedagógica, com habilitação para trabalhar com alunos do Ensino Médio, por não exercer a profissão, meus conhecimentos acerca de literatura específica da área educacional estão deveras desatualizados. Por outro lado, atrevo-me a sugerir alguns livros, todos relacionados com a História do Brasil. São eles: “Enquanto o Brasil Nascia”, de Pedro Doria, poderia ser muito proveitoso para os alunos do Ensino Fundamental.
Para o Ensino Médio, eu recomendo três livros de Laurentino Gomes: ¨1808”, sobre a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil; “1822”, discorrendo sobre a Independência do Brasil; e “1889”, tratando temas relacionados com o fim da Monarquia  e a introdução da República.
Para os alunos do Ensino Superior, por ser um livro crítico e com assuntos que certamente irão polarizar as discussões nos seminários de salas de aula, indico o livro de Leandro Narloc, com o título “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”

4.    Como se dá o processo de escrita em tua prática cotidiana?

R. Costumo escrever à noite, embora algumas produções literárias tenham sido elaboradas no período diurno. São textos especificamente produzidos para a publicação de livros, matérias para jornais, pasquins, poesias, discursos, enfim, todo tipo de texto literário.
Considero-me um escritor eclético, isto é, escrevo sobre qualquer tema, bastando apenas que meu senso crítico o considere interessante. Prova disso são os meus três livros lançados: o primeiro, infantil; o segundo, histórico; e o terceiro, de contos.
Além da literatura, também gosto de compor músicas. Neste particular, já alcancei resultados surpreendentes: sou autor da letra do Hino do Município de São Bonifácio, reconhecido por força de Lei; autor da letra e da melodia do Hino da Academia de Letras de Palhoça, dentre outras composições musicais premiadas em festivais do gênero.

5.    Fale sobre o apoio dispensado pelo setor público e privado à Literatura.

R. No âmbito estadual, tentei, por diversas vezes, sem obter sucesso, levantar recursos junto à Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, para a edição e publicação no meu segundo livro, FURADINHO: fragmentos de sua história.
No nível municipal, protocolei, por três vezes, na Prefeitura de Palhoça, projetos de edição do livro acima mencionado, cujo desenrolar culminou em meras promessas de cunho político, até hoje não cumpridas.
De igual modo foram as incessantes investidas no setor privado, na busca de apoio financeiro para tal intento, o que invariavelmente resultavam em fracasso, apesar de haver amparo legal (Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 – Lei Rounet, dentre outras.), quanto à concessão de benefícios na Declaração do Imposto de Renda.

6.    Fale sobre o papel das Academias de Letras em relação à Língua e à Literatura.

R. É função primordial das Academias de Letras, estudar, cultivar e divulgar a língua vernácula, pois nisto reside a essência do labor literário. Além disso, é imprescindível que promovam ações e mecanismos que estimulem à criação literária e cultural, tanto dos seus acadêmicos como de outros escritores e do público em geral. Neste sentido, a participação das Academias de Letras em eventos como feira e lançamento de livro, de artesanato, de cultura, encontro de escritores, palestra e seminário literário..., além de diversificar as atividades dos seus acadêmicos, certamente irá contribuir para o surgimento de novos escritores e simpatizantes desses sodalícios.

SOBRE O AUTOR:

Antônio Manoel da Silva é escritor, compositor e poeta, e tem três livros editados e diversos trabalhos literários publicados. É servidor efetivo do Tribunal Regional da 12ª Região – Santa Catarina, e Membro Efetivo da Academia de Letras de Palhoça, onde ocupa a Cadeira nº 17, cujo patrono é o seu conterrâneo, Manoel dos Santos Lostada.



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DA SÉRIE “POETAS MULHERES” – 11




[Taça de cristal, Albertina Prates, SC]
 


JE SUIS POEMA


CONSUBSTANCIAÇÃO

Quando me deito nos teus canteiros mornos,
Jurerê-mirim, Isla de los Patos, Santa Catarina,
não me basta a alegria telúrica
de ter nascido em ti
nem o pensamento quase bíblico
de que sou feita do teu barro.

Meu corpo é o teu imenso corpo da ilha
e meu sangue o rasgão líquido dos teus rios
a linfa nervosa das tuas cachoeiras
a água matuta das tuas lagoas.
Plantas rebentam de tuas carnes, de meus chãos
e sinto-me carregada da tua seiva e do teu pólen
em todas as idades
desde tua própria pré-história
até mesmo o teu porvir.

Quando me levanto
a sacudir a tua poeira morena
e ungida com o perfume de vinte lírios novos
e mulher e ilha deixam de ser uma unidade pagã
ainda sinto me prender e me abraçar
e envolver, implacável, a tua existência cósmica
o abraço varonil do mar.




[+ MAURA DE SENNA PEREIRA – SC ,  A dríade e os dardos, Livraria São José, Rio de Janeiro, 1978, pgs. 29 e 30]




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[VALÉRIA TARELHO – SP]


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SOFISMAS II

Sou apenas um momento
Dentro da eternidade
Navegando na saudade
Sou levada pelo tempo.

Ando pela terra dentro enfim
Jorrei das nuvens como chuva
Vago pelo espaço no sopro do vento
Entendo a mudez das montanhas.

Um nunca e um agora
Dancei nas teclas dum piano
Deslizando em arco-íris
No comando de meus próprios passos.


[VANI NUNES – RS , Relicário, Somar, Porto Alegre, 2014, p. 19]



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[Vania Viana, AL]



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[Rosângela Goldoni, RJ]




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[Mary Lovely, SP]


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[Cláudia Lima, DF]



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[Cris M. Branco, RS]

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A LÁGRIMA   

  


Oh! lágrima cristalina 
Tão salgada e pequenina 
Quanta dor tu redimes 
Mesmo feita de amarguras 
És tão sublime tão pura 
Que só virtudes exprimes. 


[ + HELENA KOLODY, in Blogue Literatura Brasileira e Paranaense – um tributo à poetisa paranaense. Seu primeiro poema.]          




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LI E RECOMENDO (10)





O LOBO DA ESTEPE (no original, Der Steppenwolf) livro de Hermann Hesse, publicado em 1927 é considerado o melhor dos livros de Hesse, e um dos romances mais representativos do século XX. No Brasil foi traduzido por Ivo Barroso. A edição que possuo e que reli nestes dias é de1968, publicada pela Civilização Brasileira como volume 95 da coleção Biblioteca do Leitor Moderno, com supervisão gráfica de Roberto Pontual e desenho de capa de Marius Lauritzen Bern. É interessante ressaltar que nos sites literários recentes os créditos da publicação são dados à Editora Record cuja edição data de 1993.

O livro conta a história de Harry Haller, um outsider, um misantropo, alcoólatra e intelectualizado, angustiado e que não vê saída para sua tormentosa condição, autodenominando-se “lobo da estepe”.  Convém ressaltar que os dois únicos capítulos que compõem o livro – Anotações de Harry Haller e Tratado do Lobo da Estepe – trazem como uma espécie de sub título a expressão “SÓ PARA LOUCOS”.

Na verdade, Harry Haller é um esquisitão. Nunca contente com a vida, ele possui apenas duas certezas: A primeira, é que dentro dele duas entidades travam uma batalha. O homem, e o lobo. Enquanto um vive, o outro ri e graceja. A segunda, é que quando finalmente completar cinquenta anos, se matará. Mas até esta libertação, há muito o que suportar.
Como nada é tão simples, Harry vê sua vida revirada quando recebe um estranho livreto nomeado de ” o tratado do lobo da estepe” e posteriormente conhece Hermínia e Pablo, peças-chave para o seu desenvolvimento, já que o conduzem com maestria para a destruição daquele antigo e insatisfeito Misantropo que já foi.
O sentimento de estar perdido entre dois mundos é outro ponto de empatia com o personagem, a transição entre o velho e o novo. Entre a burguesia que tanto odeia e sente necessidade e a liberdade que tanto anseia e teme. Enquanto não é capaz de escolher seu caminho, sofre. E tenta continuamente alçar-se para algum dos lados, procurando pertencer a algum lugar, sempre sem êxito.
Para Franklin  de Oliveira – que escreveu as orelhas da edição feita pela Civilização Brasileira, “Hermann Hesse já foi definido como o homem mais sábio de nosso tempo. Sábio, não no sentido de erudito, embora tivesse sido enorme a sua cultura, mas na acepção de homem que viveu a condição s kalokagatia platônica: a perfeição moral pela funda participação em tudo que é belo, justo, bom e verdadeiro. Sábio como sinônimo de santo – a sabedoria como desnudamento da oculta santidade da vida, a sacralidade do existir.”

“O romancista Hesse começou com Peter Camenzind, de tranquila poeticidade. Mas logo veio Demian, uma exposição. Outra explosão: O lobo da estepe, onde tudo é tensão, ambivalência, atração e repulsão, sístole e diástole, sincresis e diacresis, inspiração e expiração, oscilações polares, rasgadas dilacerações do ser – o ser sem resgate. Fera ou homem, ou homem-e-fera?
Num verso de um poema de Hesse encontro a chave de O lobo da estepe: ‘Sentimento estranho o de quem caminha na neblina!’”

SOBRE O AUTOR

Hermann Hesse nasceu em 1877, em Calw (Alemanha), filho de missionários protestantes. Entra cedo em choque com os pais, que queriam o filho pastor; não se submete à disciplina da escola e foge para a Suíça.

Hesse trabalha, então, como livreiro. Dedica-se à poesia e publica "Poemas" (1902). Dois anos depois, o romance "Peter Camenzind" - história de um jovem que se rebela contra sua aldeia natal e foge - tem grande aceitação de crítica e público.

O jovem escritor casa-se, mas continua revoltado contra o meio burguês e as convenções sociais - como se lê em "Gertrud" (1910). Muda-se para a Índia e conhece o budismo, que adotaria pelo resto da vida.

Após o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, engaja-se em atividades contra o militarismo alemão. Em 1919, publica "Demian", influenciado pelas idéias do psicanalista Carl G. Jung.

"Sidarta" é de 1922. Sem encontrar a solução para seus problemas na Índia, conta a história de sua vida em "O Lobo da Estepe" (1927). Em 1943, publica "O Jogo das Contas de Vidro", romance utópico, situado no ano de 2200.

Entre seus outros livros, vale citar, em especial, os romances "Rosshalde" (1913), "Knulp" (1915) e "Narciso e Goldmund"(1930). Prêmio Nobel de literatura em 1946, Hermann Hesse morreu em 1962, na cidade de Montagnola (Suíça).




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DA SÉRIE “EU SOU POEMA”




[Desenho de Di Cavalcanti, "Figuras no cabaré". Página de Letícia Blythe]




NO CABARÉ VERDE (Às cinco horas da tarde)
                           
                            Arthur Rimbaud, Outubro,1870



Depois de oito dias eu tinha as botas arranhadas
Pelos seixos dos caminhos. Entrei em Charleroi.
— No Cabaré Verde solicitei torradas
Na manteiga e o melhor presunto que houvesse lá.

Bem à-vontade, estiquei as pernas sob a mesa
Verde e fiquei a contemplar os motivos primitivos
Da tapeçaria. E foi adorável quando — que beleza!—
Garota de enormes tetas, os olhos vivos,

— Essa aí não haverá beijo que a espante! —
Trouxe, risonha, as torradas em breve instante,
Manteiga e presunto morno em prato multicor.

Presunto rosado e branco, perfumado de um dente
De alho; e mais um imenso copo de chope, esplendente,
Iluminado por tardio raio do sol a se pôr.

                                                                                    
 (Tradução livre de Silveira de Souza/SC, especialmente para esta Confraria, março/2015)



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DA SÉRIE “CRÔNICAS, CONTOS E OUTROS TANTOS”



'tenho um puxadinho', ele disse, 'vamos lá'. ela foi e ficou encantada. tudo muito limpinho e arrumado. menos o quarto, a cama, os lençóis, embolados das estripulias noturnas com outra ou outro ou outrem. 
vamos lá, ela pensou, mas não disse.



(De Mariza Lourenço, SP, sem título, facebook, março 2015)



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DA SÉRIE “NOSSA LÍNGUA”






GAFES EXECUTIVAS


UMA TELEFONEMA

Muita gente anda fazendo o que não deve por este Brasil afora: uma telefonema. Quem faz um telefonema, porém, fala melhor, ouve melhor, impressiona melhor. Sempre.

Um de nossos ministros, então, vai a Cuba. Trata-se de acontecimento histórico: reatamento de relações diplomáticas. Mais histórico ainda foi o modo como o ministro classificou a ligação telefônica que possibilitou o diálogo entre o chefe de Estado cubano e o presidente brasileiro: “ Esta é uma histórica telefonema”.

Muita gente anda fazendo o que não deve fora do Brasil...

(pg. 10)

 [ Luiz Antônio Sacconi, Gafite, nº. 1, abril 1987, Nossa Editora, p. 10]



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DA SÉRIE  “REPASSANDO”






O FRASCO DE MAIONESE E O CAFÉ


Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia não são suficientes... Lembre-se do frasco de maionese e do café.
Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega um frasco de maionese e esvazia-o. Tira a maionese e enche-o com bolas de golf.
A seguir pergunta aos alunos se o frasco estava cheio. Os estudantes respondem que sim.
Então o professor pega uma caixa cheia de pedrinhas e mete-as no frasco de maionese. As pedrinhas enchem os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor volta a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltam a dizer que sim.
Então o professor pega outra caixa...uma caixa cheia de areia e derrama todo o conteúdo dentro do frasco de maionese. Claro que a areia preenche todos os espaços vazios. Uma vez mais o professor volta a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes respondem um unânime "Sim !".
Em seguida o professor acrescenta duas xícaras de café ao frasco e claro que o café preenche todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes neste momento começam a rir...mas reparam que o professor está sério e lhes diz:
“QUERO QUE SE DEEM CONTA QUE ESTE FRASCO REPRESENTA A VIDA.
 As bolas de Golf são as coisas Importantes como a FAMÍLIA, a SAÚDE, os AMIGOS, tudo o que você AMA DE VERDADE. São coisas que mesmo que se perdêssemos todo o resto, nossas vidas continuariam cheias.
As pedrinhas são as outras coisas que importam, como: O trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é todo o demais, as pequenas coisas.
Se puséssemos primeiro a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de Golf. O mesmo acontece com a vida.
Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.
Preste atenção às coisas que são cruciais para a sua Felicidade.
Brinque ensinando os seus filhos, Arranjem tempo para ir ao medico,
namore e vá com a sua/seu namorado(a)/marido/mulher jantar fora, Dedique algumas horas para uma boa conversa e diversão com seus amigos.
Haverá sempre tempo para trabalhar, limpar a casa, arrumar o carro... ocupe-se sempre das bolas de Golf primeiro, que representam as coisas que realmente importam na sua vida.
Estabeleça suas prioridades, o resto é só areia...”
Porém, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representaria, então, o café.
O professor sorriu e disse:
..”.O café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a nossa vida esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo.”

[Da Internet, sem autor identificado]

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DA SÉRIE “POEMAS VISUAIS”




[Ciclo do lobo, Pinheiro Neto, SC, Chrischelle]



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[Poema Visual de Fátima Queiroz, SP]



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O MELHOR LIVRO DE POEMAS QUE ESCREVI POUQUÍSSIMOS PODERÃO LER NESTA VIDA. ELE ESTÁ IMPRESSO NO MEU CORAÇÃO! E TU, COM CERTEZA ESTÁS LÁ, EM TODOS OS VERSOS QUE NÃO FORAM PUBLICADOS.

(Pinheiro Neto)



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CONFRARIA DO [meu] POEMA-pn


Não há tempo.
O hoje precisa ser sorvido
já, sem perguntas,
     sem cobranças.

Vê a história do homem.
O instante é fa(e)tal,
morte e vida sempre juntas,
                      (des)caminham.

Não há tempo.
O espaço da ânsia é agora.
Não há tempo.
A dialética dos corpos,
                   limpos, nus,
precisa ser provada,
                    (com sabor)
pelo menos uma vez.

     
(Pinheiro Neto, Mo[vi]mento 2, A rosa do verso,  p.48)